Ministério da Saúde confirma terceiro caso de Covid-19 no Brasil

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Paciente mora na capital paulista e trata-se de um colombiano de 46 que fez turismo por diversos países da Europa nos últimos dias. No momento encontra-se em quarentena na própria residência. 

O Ministério da Saúde confirmou, na tarde desta quarta-feira (4), o terceiro caso de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no Brasil. O paciente também mora em São Paulo (SP). Um quarto caso, cujos exames iniciais deram positivo, está sendo investigado.

Conforme nota do Ministério da Saúde, o terceiro caso confirmado é de um colombiano de 46 anos que mora em São Paulo e viajou por diferentes países da Europa nos últimos dias. Ele está de quarentena em sua casa.

Um quarto caso também na capital paulista, envolvendo uma jovem de 13 anos, deu positivo para a covid-19. Na semana passada ela esteve no norte da Itália, região que enfrenta inúmeros registros do vírus. Agora, conforme o ministério, estão sendo feitos exames de contraprova para confirmar a amostra.

No Brasil estão sendo investigados, segundo dados divulgados na tarde de quarta-feira (04/03), 531 casos suspeitos de covid-19.

Anteriormente, já haviam sido confirmados os casos de dois homens, um de 61 e outro de 32 anos, que moram em São Paulo e estiveram recentemente na Itália. Eles permanecem em quarentena em suas casas — a medida segue definições da Organização Mundial de Saúde (OMS), que orienta que casos menos graves não necessitam de internação. Desde o início do monitoramento, 314 casos suspeitos já foram descartados.

Apesar das centenas de casos suspeitos, o ministério afirma que, ao menos até quarta-feira, não há indícios de que o vírus esteja circulando internamente pelo Brasil. Isso porque todos os casos envolvem pessoas que vieram do exterior.

Os casos considerados suspeitos são aqueles que envolvem pacientes que estiveram em países com risco de transmissão de coronavírus e que tenham apresentado sintomas como febre e algum problema respiratório, como tosse, ao retornar ao Brasil.

O Ministério da Saúde divulgou a lista de países dos quais os brasileiros, ao retornar de viagem, deverão procurar ajuda médica. Entre eles estão os Estados Unidos e grande parte da Europa — a lista está reproduzida no final desta reportagem.

O novo coronavírus já chegou a mais de 70 países e a todos os continentes exceto a Antártida. O vírus já infectou mais de 93 mil pessoas e levou 3,2 mil delas à morte.

A OMS estima que 3,4% dos pacientes morrem por causa da covid-19, a doença causada por este vírus. Este índice foi recentemente revisado para cima pela organização, que antes apontava uma taxa de letalidade de cerca de 2%.

Os dois primeiros casos

Os dois primeiros pacientes brasileiros com o vírus, que não tiveram suas identidades divulgadas, foram diagnosticados no Hospital Israelita Albert Einstein. Eles apresentavam sintomas como dor de cabeça, dor muscular e febre — associados à doença causada pelo novo coronavírus.

Um estudo divulgado na segunda-feira apontou que o genoma do coronavírus isolado no segundo paciente brasileiro diagnosticado com a doença é diferente do que foi encontrado no primeiro caso.

Diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT), da Universidade de São Paulo (USP), Ester Sabino afirma que o primeiro caso registrado no Brasil se mostrou geneticamente mais parecido com o vírus sequenciado na Alemanha. Já o segundo genoma se assemelha mais ao sequenciado na Inglaterra.

“Ambos são diferentes das sequências chinesas. Tal fato sugere que a epidemia de coronavírus está ficando madura na Europa, ou seja, já está ocorrendo transmissão interna nos países europeus. Para uma análise mais precisa, porém, precisamos dos dados da Itália, que ainda não foram sequenciados”, disse Sabino à Agência Fapesp.

As amostras dos dois pacientes brasileiros diagnosticados com covid-19 foram sequenciadas por um grupo coordenado por Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz (LEIAL), e Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP.

De acordo com o Ministério da Saúde, os dois brasileiros estão com o quadro de saúde estável. Nenhum deles precisou de internação, que é indicada em casos considerados graves. Em suas casas, os pacientes estão com suas esposas — que estão sendo acompanhadas para possíveis sintomas da covid-19. As mulheres já passaram por exames, que apontaram resultado negativo para o vírus.

A expectativa é de que os dois pacientes permaneçam 14 dias em quarentena, para que possam fazer novos exames e passar por avaliações dos médicos.

O primeiro caso

O primeiro paciente diagnosticado no Brasil com o novo coronavírus viajou a trabalho à região italiana da Lombardia, a mais afetada do país europeu, entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Ele, que é um empresário, retornou ao Brasil com sintomas como febre, tosse seca, dor de garganta e coriza.

No hospital, em 24 de fevereiro passou por um exame em tempo real, que constatou a covid-19. Exames feitos posteriormente confirmaram o diagnóstico.

O Ministério da Saúde informou que 30 parentes dele estão sendo monitorados, pois participaram de um almoço em família um dia antes do diagnóstico. Nenhum deles teria apresentado sintomas do vírus até o momento. Alguns chegaram a passar por exames, que deram negativo para a covid-19.

A expectativa é de que a quarentena do paciente termine no início da próxima semana. Não foram divulgados mais detalhes sobre a atual situação dele. A previsão inicial era de que ele fizesse acompanhamento médico por meio do telefone. Ele somente iria ao hospital em caso de o quadro de saúde se agravar.

O segundo caso

No sábado (29/02), o Ministério da Saúde anunciou que foi confirmado o segundo caso do novo coronavírus no Brasil. Conforme a pasta, o paciente contraiu a covid-19 na Itália e “não há elementos que indiquem a circulação do vírus no Brasil”.

Segundo uma nota divulgada pelo ministério, o paciente esteve em Milão, principal cidade da região italiana da Lombardia.

Ele desembarcou em São Paulo na quinta-feira (27) e, no dia seguinte, após apresentar dor de cabeça, dor muscular e febre, foi ao Hospital Israelita Albert Einstein, onde foi examinado e diagnosticado. Segundo o ministério, o paciente está com “quadro clínico leve e estável”.

Em entrevista à TV Globonews, o infectologista David Uip — coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo — disse que o homem viajou da Itália ao Brasil com uma máscara facial, o que reduz o risco de ter transmitido o vírus para outros passageiros.

Uip afirma que o paciente será acompanhado pela vigilância sanitária por meio de visitas e conversas telefônicas até que deixe de apresentar sintomas. “Depois, volta à vida normal”, diz o médico.

Segundo o infectologista, a detecção de mais um caso do novo coronavírus era “absolutamente esperada”, dado o intenso tráfego entre Brasil e Itália.

O homem é funcionário da corretora XP Investimentos, que confirmou o diagnóstico. A empresa enviou um comunicado a seus colaboradores informando o fato e orientando que todos aqueles que tenham passado por países de risco e tenham tido sintomas como dor de cabeça, febre, tosse ou falta de ar procurem ajuda médica e trabalhem de casa pelos próximos 14 dias.

Segundo a XP, o funcionário com a covid-19 participou de uma reunião logo após chegar ao Brasil. Os 10 colaboradores que participaram do encontro com ele estão sendo monitorados. Quatro deles, conforme a empresa, passaram por exames que apontaram negativo para a covid-19.

Em nota, a empresa afirma que o fato de um colaborador ter sido diagnosticado com a covid-19 “não acarreta nenhum impacto para os clientes e parceiros das empresas da companhia, e todas as operações prosseguem normalmente”.

O terceiro caso

De acordo com o Ministério da Saúde, o terceiro paciente confirmado com o novo coronavírus é um administrador de empresas. O colombiano, que mora na capital paulista, viajou de São Paulo para a Espanha em nove de fevereiro. No dia 16 seguiu para a Itália. Seis dias depois, foi para a Áustria. No dia 28 de fevereiro foi para a Alemanha e depois retornou ao Brasil.

Nesta quarta-feira (4), conforme o Ministério da Saúde, o colombiano procurou atendimento médico no hospital Albert Einstein, pois apresentava sintomas como tosse, dor de garganta, dor de cabeça e coriza. Ele passou por exames que apontaram a Covid-19.

Conforme o Ministério da Saúde, o paciente está clinicamente bem e ficará em quarentena pelas próximas duas semanas. A pasta informou que fez levantamento no voo em que ele estava, para checar as pessoas que estavam nas fileiras próximas a ele, para que passem por monitoramento.

Cuidados

A principal recomendação de profissionais de saúde que acompanham o surto é simples, porém bastante eficiente: lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, sempre que chegar em casa ou antes de manipular alimentos.

O ideal é esfregar as mãos por algo entre 15 e 20 segundos para garantir que os vírus e bactérias serão eliminados.

Se estiver em um ambiente público, por exemplo, ou com grande aglomeração, não toque a boca, o nariz ou olhos sem antes ter antes lavado as mãos ou pelo limpá-las com álcool. O vírus é transmitido por via aérea, mas também pelo contato.

Também é importante manter o ambiente limpo, higienizando com soluções desinfetantes as superfícies como, por exemplo, móveis e telefones celulares.

Para limpar o celular, pode-se usar uma solução com mais ou menos metade de água e metade de álcool, além de um pano limpo. Com informações da BBC.

Lista de países monitorados pelo Brasil

1. Alemanha *

2. Austrália *

3. Canadá *

4. China *

5. Coreia do Norte *

6. Coreia do Sul *

7. Croácia *

8. Dinamarca *

9. Emirados Árabes Unidos *

10. Espanha *

11. Estados Unidos *

12. Finlândia *

13. França *

14. Grécia *

15. Holanda*

16. Indonésia *

17. Irã *

18. Itália *

19. Japão *

20. Malásia *

21. Noruega *

22. Reino Unido *

23. San Marino **

24. Singapura *

25. Suíça *

26. Tailândia *

27. Vietnã *

OBS: Além deles, Filipinas e Camboja, que não têm transmissão local, mas estão na região afetada.

*Países com transmissão local, segundo a OMS

**San Marino está em análise pelo Ministério da Saúde

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