Polícia indicia por homicídio patroa da mãe de menino que caiu do 9º andar no Recife

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Mãe do menino, Mirtes Renata, disse que os patrões são o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, e a mulher dele, Sari Corte Real.

 

A Polícia Civil de Pernambuco autuou por homicídio culposo, quando não é considerado intencional, a empregadora da mãe do menino que morreu ao cair do 9º andar de um prédio no Centro do Recife, na terça-feira. Segundo a polícia, a mulher agiu com negligência enquanto cuidava da criança e deverá responder ao processo em liberdade.

A mulher chegou a ser presa em flagrante, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada. A mãe do menino, Mirtes Renata, disse que os patrões são o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, e a mulher dele, Sari Corte Real.

Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, caiu após subir na área dos aparelhos de ar-condicionado, na ala comum do edifício, no 9º andar. Ele passava o dia com a mãe no apartamento dos empregadores, localizado no quinto andar do prédio.

Em entrevista coletiva, transmitida pela internet, a polícia diz que tudo indica que Miguel sofreu o acidente quando procurava pela mãe, que tinha saído para passear com o cachorro dos patrões. Miguel chegou ao nono andar sozinho no elevador. Em entrevista à TV Globo, Mirtes declarou ter confiado o menino à sua empregadora enquanto realizava o passeio. Segundo perícia, ele caiu de uma altura de 35 metros.

— Ontem à noite eu fui ver o que realmente aconteceu com o meu filho no período em que eu estava andando com a cadela. Ele entrou no elevador, não tiveram paciência pra tirar ele do elevador. Pegar pelo braço e ‘saia’. Porque se fossem os filhos da minha ex-patroa eu tiraria. Ela confiava os filhos dela a mim e a minha mãe. No momento que eu confiei o meu filho a ela, infelizmente ela não teve paciência pra cuidar — disse Mirtes.

O delegado disse ainda que câmeras do circuito interno do condomínio mostram o momento em que a empregadora permite que Miguel entre sozinho no elevador.

— Ele ainda aperta em um dos botões no alto no painel do equipamento, em um andar superior ao do apartamento onde residia — afirmou.

O perito André Amaral informou que foram encontrados vestígios da criança no hall de serviços, precisamente na casa de máquinas, na parte da condensadora do ar-condicionado.

— Ele seguiu na área de serviço, se elevou na parte do parapeito, que dá acesso à casa de máquinas, onde tem as condensadoras. É uma escalada de 1,2 metro. Na parte do guarda-peito, que é de alumínio, você percebe que houve uma quebra na quarta aleta, onde houve a projeção acidentalmente. Essa área é comum, qualquer pessoa pode ter acesso, mas não é comum uma criança sozinha ter acesso — declarou o perito.

Para peito onde ocorreu a queda Foto: Reprodução TV Globo

 

De acordo com o delegado, a dona do apartamento, patroa da mãe de Miguel, “era a responsável legal pela guarda momentânea” do menino. Ainda segundo o delegado, o caso está previsto no Artigo 13 do Código penal, que trata de ação culposa, por causa do não cumprimento da obrigação de cuidado, vigilância ou proteção.

Em entrevista à TV Globo, Mirtes pediu justiça e disse que, se fosse o contrário, provavelmente não teria direito à fiança.

— Não vou dizer que eu tô com raiva porque a dor pela perda do meu filho tá prevalecendo. Mas eu espero que a justiça seja feita. Porque se fosse o contrário, eu acho que eu não teria direito nem à fiança. Foi uma vida que se foi por um pouco de falta de paciência de tirar dali de dentro. (O Globo)

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