Carta do governador repercute entre os deputados distritais

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Uma carta aberta do governador Ibaneis Rocha à Câmara Legislativa do Distrito Federal repercutiu na sessão ordinária desta terça-feira (20).

Antes da sessão, o vice-governador Paco Brito se reuniu com os parlamentares para entregar a carta.

Na abertura da sessão, o líder do governo, deputado Cláudio Abrantes (PDT), também leu a carta enviado pelo governador Ibaneis Rocha.

No documento, o governador descreve o que chamou de “pequeno incidente”, referindo-se a episódio ocorrido na tarde de ontem (19), e pediu desculpas aos deputados distritais, “em especial ao deputado Fábio Felix (Psol)”, e afirmou que está aberto a discutir alternativas negociadas para a questão da gestão compartilhada das escolas públicas.

O incidente aconteceu quando o governador compareceu à Câmara para entregar projeto criando uma secretaria destinada às pessoas com deficiência e foi questionado sobre a gestão compartilhada das escolas públicas.

Adeputados criticaram a decisão do governador de não respeitar o resultado da consulta à comunidade escolar que rejeitou o modelo em duas escolas. O encontro terminou com uma discussão acalorada de Ibaneis Rocha com o deputado Fábio Felix.

O presidente da Câmara, deputado Rafael Prudente (MDB), classificou como  lamentável o fato ocorrido ontem, mas afirmou que ele e a Mesa Diretora não vão fomentar mais este tema.

Segundo ele, o governador pediu desculpas ao deputado Fábio Felix e mandou uma carta para a Câmara. “Se o governo foi deselegante com esta Casa, nós não retribuiremos na mesma moeda. Claro que exigimos respeito com esta Casa e com os deputados que foram legitimamente eleitos pela população do Distrito Federal. Esta Casa é e será sempre a Casa do diálogo”, completou ele, acrescentando que a Câmara dará resposta votando todos os projetos de interesse da capital.

Já o deputado Eduardo Pedrosa (PTC) se solidarizou com o colega Fábio Felix, mas disse que entende os motivos da irritação do governador, “que encontrou uma situação muito difícil no governo”. Para ele, o governador tem feito vários gestos de respeito à Câmara e a própria carta demonstra isso.

O deputado Leandro Grass (Rede) reproduziu uma declaração de Ibaneis Rocha: “Democracia foi no dia que me elegeram governador com mais de um milhão de votos. Me escolheram para fazer a mudança, mudar para melhor. Quem governa sou eu, os que estiverem insatisfeitos com a gestão compartilhada, busquem a Justiça”. Na opinião do distrital, Rocha está equivocado, “pois democracia é antes de tudo o respeito a vontade do povo”. Além disso, argumentou ele, há um acordo formal de que as comunidades escolares escolheriam se aceitariam ou não a gestão compartilhada.

Para Grass, o desrespeito à Lei pode configurar crime de responsabilidade. Em relação ao episódio ocorrido na segunda-feira, o parlamentar disse que o comportamento do governante é um desrespeito à população do DF.

“Depois disso, ainda faltou com o respeito e demitiu o secretário de Educação, Rafael Parente. Tem se mostrado um péssimo governador, totalmente sem controle, com falta de humildade, de generosidade e de republicanismo. Rafael Parente era um dos poucos deste governo preparado para a função e ficha limpa”, assinalou, ressaltando que o governador deve mudar a postura ou entregar o cargo.

Envolvido diretamente na polêmica, o deputado Fábio Felix (Psol) afirmou que o governador precisa entender que todos os 24 deputados também foram eleitos pelo povo.

Para ele, os poderes são independentes e tem que ter uma relação respeitosa e democrática. “A relação das instituições é fundamental e tem incidência em todas as políticas públicas. Sempre fiz o debate nesta Casa na política, com ideias e respeitando a opinião dos outros. Não me sinto ofendido pessoalmente com o governador. Ele destratou foi a Mesa Diretora e a Câmara”, opinou Felix.

O deputado defendeu que se estabeleça uma relação institucional, com respeito ao debate de políticas públicas. “O que falei ontem para o governador foi para ele respeitar o acordo político feito com a comunidade escolar. Tem uma coisa que é sagrada na política, que é a palavra. O governo deu a palavra de que iria aceitar o resultado das comunidades escolares. Se o governo agora não quer aceitar o resultado, há uma quebra na palavra”, sentenciou. (CLDF)

Foto: Tudo Ok Notícias

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