COMPORTAMENTO DE TORCEDOR

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Por Miguel Lucena

O comportamento de grande parte dos eleitores, ao agir como torcida de futebol, é um dos maiores problemas da democracia brasileira. Não se avaliam méritos, mas o lado.

Os comentaristas políticos, formadores de opinião, contribuem para que o clima de torcida permaneça, ao focar as análises em detalhes secundários, como atribuir a vitória de Bolsonaro ao uso inteligente das redes sociais e a busca do eleitorado pelo novo, passando ao largo do problema da corrupção.

Os 57,7 milhões de eleitores de Bolsonaro não são de direita ou esquerda. Eles votaram contra a cleptocracia, o regime instalado durante 13 anos para subtrair trilhões de reais dos cofres públicos, comprar votos e enriquecer ilicitamente capos do partido majoritário e seus aliados.

Vejo manifestações de pessoas que, ao votarem em Haddad, dizem estar resistindo a uma ditadura, como se esse tipo de regime permitisse o direito ao voto. Engraçado é que muitos dos manifestantes usam camisetas de arautos do autoritarismo, como Trotsky, Lênin, Guevara, Fidel,  Chavez e Maduro.

Os falsos democratas aparelham os espaços públicos, como se fossem privados de algum partido, sindicato ou associação, e se sentem no direito de alijar dos mestrados e doutorados quem não reze pela sua cartilha. Reclamam do regime militar, mas os pensadores liberais e conservadores foram banidos das universidades brasileiras exatamente no período dos militares, num acordo tácito com os acadêmicos de esquerda para que o espaço acadêmico fosse dominado por eles.

Que o novo governo não caia nas provocações de quem quer discutir questões acessórias para que se esqueçam do principal: a economia, a geração de empregos, saúde, educação, segurança (combate tenaz ao crime organizado em todas as esferas) e moralização da administração pública.

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor

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