Um mês após eleição, Ibaneis já indicou 23 nomes vinculados a governos anteriores

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Passado um mês desde o segundo turno das eleições, em 28 de outubro, o governo de Ibaneis Rocha (MDB) no Distrito Federal já definiu a maior parte do chamado “primeiro escalão”. Até esta quarta-feira (28), 37 nomes já tinham sido anunciados como secretários, diretores e presidentes.

Entre as indicações, há pelo menos 22 “velhos conhecidos” da política distrital e nacional. É o caso de Sarney Filho (PV-MA), deputado federal desde 1983 – são oito mandatos consecutivos. A partir de janeiro, ele deve comandar a Secretaria de Meio Ambiente.

Esses personagens, dos quais Ibaneis procurou se desvincular durante a campanha eleitoral, compõem a maior parte das nomeações realizadas até o momento. Dos 37 indicados, só 15 são servidores de carreira sem passagem por cargos de confiança e de primeiro escalão.

Nova política?

Logo após a divulgação do resultado do primeiro turno, Ibaneis Rocha disse em pronunciamento que levaria “uma nova política para a cidade”. Menos de um mês depois, ao vencer o segundo turno, o emedebista reafirmou o discurso de “outsider [forasteiro] da política”.

Questionado sobre a escolha dos políticos de carreira, Ibaneis disse que a política nova “não se trata de ter passagens por governos anteriores”. De acordo com o governador eleito, “o jeito de governar que é novo, sem vícios, sem lotear cargos, um jeito de governar com olhos no futuro da cidade, que esteve abandonada por tanto tempo”.

“Um jeito de governar voltado para atender os mais pobres, os que mais precisam. Os nomes são técnicos, pessoas capacitadas para fazer a cidade funcionar como queremos”, disse, em nota.

Novo político?

Antes de entrar na política partidária, Ibaneis presidiu a Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) de 2013 a 2015. A filiação ao MDB só veio em 2017, já no contexto pré-eleitoral, o que ajudou o advogado a se desvincular de governos anteriores.

Questionado em 11 de setembro sobre as alianças no DF e a decisão de se juntar ao MDB, Ibaneis negou intimidade com as negociações internas e os figurões da legenda. Disse, entre outras coisas, que o partido “não fecha questão” – ou seja, não unifica posicionamento sobre temas –, e que é uma “federação”.

A composição atual do próximo governo, no entanto, inclui sete pessoas ligadas ao MDB ou ao governo Michel Temer, capitaneado pela mesma sigla (veja abaixo).

Mesmo entre os servidores de carreira indicados a cargos de chefia, há “relações familiares” que ajudam a explicar os nomes pinçados entre os cerca de 52 mil funcionários público do DF. O futuro chefe do Detran, Fabrício Moura, é filho do ex-ministro da Integração Nacional Josélio Moura – apontado como amigo de Ibaneis.

Outros exibem cargos técnicos nos currículos, mas não escondem a vocação política. O advogado João Pedro Ferraz, por exemplo, já foi procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT) – o que explicaria a indicação para a Secretaria do Trabalho do próximo governo.

A escolha foi “reforçada”, no entanto, pela filiação de Ferraz ao PPL. Nas eleições de outubro, ele se candidatou a uma vaga no Senado Federal, mas teve a chapa indeferida – até esta quarta, o recurso do partido ainda não tinha sido julgado.

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