CORDEL DO EJACULADOR

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I
Apareceu em São Paulo
Um sujeito abusador,
Não pode ver uma mulher
Dentro de ônibus ou metrô
Que começa a agonia,
O tal ejaculador.

II
Ejaculou quinze vezes,
Mas, depois que ejaculou,
Foi levado à audiência,
E com pena o promotor
Pediu que o juiz soltasse,
Não é que o juiz soltou?

III
Quando soube da notícia
Que já saía sua soltura,
O tal ejaculador
Ficou na maior fissura,
Pensando num ônibus cheio
Sem medo da cana dura.

IV
Passa na cabeça dele
Mulheres que ele sujou:
Foram uma magra, duas gordas,
Outra com roupa de flor,
E o juiz, achando graça,
Soltando o ejaculador.

V
Depois que ele foi solto,
Deu uma carreira medonha,
Entrou num ônibus sanfona
E, quando viu dona Tonha,
Disse:  -É hoje que eu me acabo,
Está liberada a bronha!.

VI
Executava o serviço,
Sem nem ligar pra arenga,
Quando o Cabo Muriçoca
Gritou: – Aqui não tem quenga!,
Logo prendeu o tarado,
Algemando a estrovenga.

VII
O tarado, esmorecendo,
Muriçoca, ao seu talante,
Balançou o bacamarte,
Puxou o cabra adiante:
– Deixe esse troço trincando
Pra não livrar o flagrante.

VIII
O inspetor Oliveira
Pensou logo em resolver:
Arranjou um canivete
Nas margens do Tietê
Para cortar os bagulhos
E dar pro gato comer.

IX
Chegou uma psicóloga,
Correndo do hospital:
– Não faça isso, Oliveira,
Seja um bom policial,
O coitado desse homem
É um doente mental!

X
Quando a psicóloga disse
Tudo alto e de bom tom
Que é melhor matar o homem
Do que cortar seu batom,
O homem disse: – Doutora,
Do jeito que vai, vai bom.

XI
– Não corte o porrete todo,
Porque, depois que eu sair,
Que a Justiça me soltar,
E no metrô eu subir,
Terei ao menos um cotoco
Pra poder me divertir.

XII
Quando Oliveira arrancou
Os troços do salafrário,
O sargento Muriçoca,
Fazendo jus ao salário,
Juntou a prova e levou
Direto ao Judiciário.

XIII
O promotor deu um troço,
O juiz se indignou,
Uma comissão de inquérito
Um deputado criou
Para apurar o atentado
Ao pobre ejaculador.

XIV
Até as Nações Unidas,
Com ares de soberanas,
Emitiram uma censura
À República das Bananas,
Dizendo que o Brasil
Era uma terra desumana.

XV
Na cadeia um marqueteiro
Teve uma ideia porreta:
Fez uma proposta ao tarado
Que abrisse uma caderneta
E lançasse ano que vem
O Partido da Punheta.

XVI
A punheta é um bolinho
Que se vende na Bahia.
Não leve a mal, minha gente,
Toda essa minha ironia:
Só rindo pra não chorar
E quem nos salva é a poesia!

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