Estreia da coluna Coronel Jean – A epidemia da Violência

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A violência no Brasil chegou a níveis muito graves e exige medidas urgentes com o objetivo, ao menos, de minimizar seus efeitos junto à população. São mais de 61 mil mortes violentas por ano. Uma real epidemia.

Grande parte desta violência nos parece estar enraizada na sociedade via condições históricas que refletem o que fomos nos tornando ao longo do tempo. A realidade é que não somos um povo pacífico.

Nossas opções de resolução de problemas sempre envolvem ou podem envolver violência em algum grau. No trânsito, na educação dos filhos, nas disputas juvenis, nas desavenças entre vizinhos, nos conflitos domésticos especialmente contra as mulheres.

O fato é que, por muito tempo, isto esteve contido pela força do Estado ou qualquer outra coisa que o substituísse nos rincões do país. Uma sensação de segurança baseada muito mais no medo do que no respeito mútuo.

Não somos ingênuos a ponto de acreditar que o Estado não deve usar a Lei e a Força que a Constituição lhe outorga para manter a paz social, pelo contrario, entendemos que é necessário nesse momento sermos mais firmes em vários aspectos, como no caso dos menores de 18 anos e no endurecimento da Lei de Execuções Penais, principalmente quando lidamos com o crime que chamo de “profissional”, ou seja, indivíduos que ja aderiram a isto como meio de vida.

Entretanto, só isto não vai bastar. Se nós quisermos mudar o cenário, vai ser necessário mais do que de repressão. Será preciso bloquear, de alguma forma, as artérias que alimentam o sistema.

É urgente que cuidemos dos nossos jovens e não somente por meio da educação formal mas numa espécie de esforço coletivo para criar mecanismos verdadeiros que desencoragem a opção pela violência.

Para as crianças e para aqueles no início da adolescência isso deve ser feito de forma massiva. Deve permear toda grade curricular e ser discutido de forma transversa em todas as matérias.

Para os adolescentes a abordagem educacional pode e será diferente, mas devemos levar em consideração ainda pelo menos mais duas coisas primordiais, suas necessidades financeiras próprias da idade, de quem começa a viver uma vida social, e que infelizmente ou felizmente, passa hoje pelo consumo como forma de diversão e inserção, desta forma é preciso fortalecer projetos que têm como base a Lei do Jovem Aprendiz e ainda, a ocupação do tempo livre como mais uma forma de evitar o contato com o mundo do crime profissional. “Cabeça vazia, oficina do diabo”.

Então, se por um lado temos que endurecer o jogo contra o crime profissional, por outro, temos que tratar das crianças e dos jovens para que o sistema não se abasteça da mão de obra fácil e barata deles. Punição associada à Educação e Trabalho para os jovens.

Coronel Jean

@CoronelJean190

Coronel da PMDF, comandou o Batalhão Rio Branco, responsável pela segurança das embaixadas, o Batalhão de Santa Maria e a Academia de Policia Militar. Também esteve na Missão de Paz das Nações Unidas no Kosovo, antiga Iugoslávia. Nos últimos anos na ativa, chefiou o Departamento de Pessoal da polícia e ainda o Departamento de logística. Foi Administrador Regional da cidade satélite de São Sebastiao. Atualmente está na Reserva Remunerada e é Consultor em Segurança.

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