Independência ou morte – o patriotismo em alta

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Cerimônia comemorativa do 7 de Setembro, no Palácio da Alvorada.

 

Por Simone Salles*

No Brasil, o dia 7 de setembro é comemorado com desfile cívico-militar: os militares, as forças de segurança e os estudantes desfilam e o povo assiste. Durante muitos anos, as autoridades se fazem presentes e os trabalhadores do Brasil prestigiam a festa nacional. A classe alta e média pouco comparece, em geral aproveita o feriado para outros programas, como praia e churrasco.

Cada vez mais em baixa, o sentimento de pertencer à nação, o patriotismo, só costuma ser lembrado para valer na época da Copa mundial. Em meio à crise política e aos escândalos de corrupção, se perdeu também o orgulho de ser brasileiro. Pesquisa DataFolha realizada em 2017 mostrou que nunca houve tanta gente com mais vergonha que orgulho de ser brasileiro. 34% dos entrevistados se sentiam envergonhados. Os dados acompanhavam os níveis de insatisfação do brasileiro com o então governo de Dilma Rousseff e a seguir, de Michel Temer. Os dados comprovam que os sentimentos do povo em relação ao país sofrem direta influência das políticas implementadas por seus governos.

Mais recentemente, o brasileiro experimenta o renascer dessa vontade de prestigiar sua bandeira, de exercer de forma plena sua cidadania, de fortalecer o orgulho nacional e a crença de que é possível construir um Brasil cada vez melhor. Muitos começam a perceber que, mais que um feriado, a data nacional é um marco das lutas e dos valores do povo brasileiro, da consciência da importância da liberdade, da soberania alcançada graças a personalidades históricas.

Devido à pandemia, este ano a solenidade do desfile foi virtual, mas o sentimento patriótico nas redes se mostra real e em alta.

História

Segundo o Arquivo Histórico do Exército, as comemorações do Dia da Pátria começaram no século XIX. A data perdeu destaque no período de Regência (1831 a 1840) e voltou a recuperar a importância histórica com a declaração de maioridade de Dom Pedro II, em 1840.
As comemorações do 7 de setembro aconteciam, de maneira relativamente informal e espontânea, desde a proclamação da República (1889) e originalmente havia apenas um desfile militar nas capitais. Foi no primeiro governo de Getúlio Vargas que os estudantes e algumas agremiações foram agregados ao desfile. O Dia da Pátria só tornou-se feriado nacional em 1949, sob a Presidência do General Eurico Gaspar Dutra.

*Jornalista, mestre em Comunicação Pública e Política

Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil

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