Das inconstâncias da quarentena, nasce o projeto musical “Incoerente Inconstante”

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Projeto musical ganha vida em meio à quarentena no Distrito Federal.

 

*Larissa Azevedo

 

Com produção sob responsabilidade de dois jovens brasilienses, o álbum foi abraçado em meio ao isolamento social e já está com duas faixas disponíveis em todas as plataformas digitais

Uma quarentena de ideias. Exatamente assim foram os dias de Guilherme Shida (nome artístico de Guilherme Oliveira), 21, estudante de Publicidade e músico, e de Lucas Eduardo, 21, publicitário, integrante da banda Oxy e produtor musical.

Confinados, cada um em sua casa, os jovens do Distrito Federal (DF) se mantiveram criativos e inspirados no cenário pandêmico provocado pelo novo Coronavírus e deram origem ao álbum Incoerente Inconstante.

O antigo sonho de levar o disco adiante foi tirado do papel por Shida. O musicista já atuou nas bandas Simpra e Major e também passou por casas noturnas do DF, como Poizé e N27. Previsto para ser completamente gravado em outubro deste ano, o disco teve de ser adiado.

O contexto de lançamento das faixas jamais foi imaginado pelos artistas, que viram o setor cultural ser um dos mais afetados pela crise gerada pela Covid-19. Desafios e momentos de superação estavam por vir, quando finalmente o sinal vermelho foi avançado por Shida e Eduardo.

Os jovens tornaram-se amigos ainda no ano passado, mas foi em 2020 que uniram forças. Enxergaram o momento atual como uma oportunidade de dar início ao trabalho, não como um empecilho.

Primeiros passos de Shida

Em entrevista exclusiva ao Tudo OK Notícias, Guilherme Shida afirmou que já está acostumado com a carreira solo. Em 2017, tocava em uma banda formada por amigos de escola, a Simpra, chegando a tocar em festivais, mas o grupo foi encerrado em 2018. A partir daí, via-se na expectativa de ter autonomia sobre suas composições. “Desde 2015 e 2016, eu já tinha bastante interesse nesse ramo”, explica.

O músico informou que sempre teve apoio da família, principalmente de seu pai, que toca violão, e de um tio, que toca contra-baixo em uma banda de Pagode. Como base, se inspira na banda Fresno, da qual é muito fã: “Tenho até uma tatuagem em homenagem à banda” (risos).

Lançamento de Incoerente Inconstante

Segundo Shida, o lançamento do álbum estava previsto para outubro de 2020. Antes disso, planejava estar fazendo shows por Brasília. Devido à pandemia, houve mudanças. Para Multistomp, apelido dado a Lucas Eduardo por Guilherme, a experiência à distância o enriqueceu, pois todo o conhecimento que adquiriu por meio de sua banda, está aplicando em Shida. “O interessante é que nada foi feito com pressa; com datas”, pondera Eduardo.

Um dos maiores desafios foi produzir uma música de qualidade excelente a distância. E, também, trazer a essência de Shida; a mensagem que ele queria passar: os conflitos pessoais e também conquistas.

Lucas Eduardo, produtor de Incoerente Incostante e integrante da banda Oxy

 

Lucas Eduardo afirma ter conseguido transparecer a essência de Shida nas faixas do
álbum. Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

 

Guilherme Shida assegura estar bastante feliz. Ele nunca havia produzido um clipe oficial, com produção profissional e com o desenvolvimento sendo a distância. “Contei com o apoio da Camila Furtado, uma bailarina que dispensa comentários, sabe? Tive gastos que totalizam zero reais também”, se emociona.

Ser músico independente em nosso país é muito difícil. Não é nada promissor. A maioria dos músicos independentes não consegue viver da música. Nós fazemos porque amamos; o dinheiro não é a questão”.

Guilherme Shida, músico e autor do álbum Incoerente Inconstante

 

Guilherme Shida em um dos seus shows no espaço cultural N27, Asa norte, Brasília.
Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

 

A música como sinônimo de paixão

Quando questionado sobre sua relação com a música, Guilherme diz não se lembrar de um momento de sua vida em que a música não esteve presente. Foi na igreja que frequentava onde mais aprendeu a tocar instrumentos. “A questão musical, para mim, vai além do ouvir e tocar instrumentos. Eu sempre quis participar mais”, reitera.

A abertura de um dos shows da banda Scalene, em 2016, foi feita pelo músico, quando pertencia à banda Major, um dos momentos mais marcantes de sua vida. “Além de ter aberto o show da Scalene, o lançamento do meu disco também me mobiliza; é muita felicidade envolvida”, complementa.

Eclético, o jovem enfatiza que a base do seu estilo é o Rock Nacional, dos anos 80: “Atualmente, curto muito também as bandas Terno Rei – Indie rock – e Hateen – Hard rock”. Guilherme concilia, ainda, a graduação com os afazeres musicais: “Os momentos tidos como de descanso, eu utilizo para fazer música; em fim de semana, na madrugada”, diz.

Passos futuros

A expectativa de Guilherme Shida e de Lucas Eduardo é de que todo o álbum seja gravado. Mas isso, segundo Shida, será finalizado ano que vem. “Estamos trabalhando nele com bastante cuidado, já lancei duas faixas até o momento: Incoerente Inconstante e É Verdade Esse Bilhete”.

Sobre o último single citado, Shida afirma ter se desafiado para fazê-lo. Após brigas com o destino, ele foi lançado: “Me aventurei muito desde a escolha do estilo até a letra. É uma das minhas músicas favoritas. É sobre acreditar acima de tudo”, finaliza.

*Estagiária sob a supervisão de Simone Salles

 

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