Ele deverá conversar com o pai para saber se será ou não embaixador nos EUA, tema foi polêmica entre deputados
A possível decisão de o presidente Jair Bolsonaro colocar seu filho Eduardo na embaixada dos Estados Unidos poderá ser revista. Integrantes do governo dizem que poderia ter sido em outro momento, não em meio à votação da Reforma da Previdência.
O ministro da coordenação política Luiz Eduardo Ramos, admite que o anúncio acabou gerando polêmica. “Se você me perguntar se podia anunciar na semana que vem? Talvez, no recesso. Durante a semana [foi negativo] porque o pessoal acabou se utilizando disso. Eu fiquei até 1h30 assistindo a GloboNews e a TV Câmara e mudando os canais. Vários deputados que não tinham nada a ver com o processo de votação citaram essa nomeação. Deu direito, para o pessoal falar”, disse Ramos.
Uma informação chegou a ser ventilada de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também poderia indicar o seu filho Erick para a embaixada norte-americana no Brasil.
“Não é nepotismo”
Bolsonaro, por sua vez, já rebateu as críticas. Ele negou a prática de nepotismo e disse que aprovar ou não a indicação depende do senado federal.
Para ele, tentar agradar a todo mundo é o caminho do fracasso. “Vocês querem que eu bote quem? Celso Amorim nos Estados Unidos, que é do Itamaraty? Quem foi o último ministro das relações Exteriores no Brasil? Aloísio Nunes Ferreira. Ninguém falou nada. Não tinha formação nenhuma nessa área. Inclusive, quando jovem, ele foi motorista do Marighella”, argumentou o presidente.
Assim como o deputado Eduardo Bolsonaro, o ex-ministro Aloísio Nunes foi presidente da Comissão de Relações Exteriores, só que do Senado. Nesta sexta-feira, o deputado Eduardo se reuniu com o ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo. Eles têm um bom relacionamento, mas a diplomacia brasileira vê com desconfiança e até mesmo um certo incômodo a indicação.
Conversa com pai
“Não sou um filho do deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição. Existe um trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho uma vivência de mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer nos Estados Unidos, no frio do Maine, estado que faz divisa com Canadá, no frio do Colorado, numa montanha. Aprimorei meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros”, explicou o parlamentar.
Entretanto, a regra determina que os embaixadores sejam escolhidos entre os chamados ministros de primeira classe do Itamaraty. Existe, no entanto, a possibilidade de indicação de pessoas sem carreira diplomática, desde que sejam brasileiros natos, maiores de 35 anos com reconhecido mérito.
O ex-presidente Itamar Franco, por exemplo, foi indicado pelo ex-presidente Lula, embaixador em Portugal, mas ficou pouco tempo no cargo. Lula também indicou o ex-deputado mineiro Tilden Santiago ao cargo de embaixador em Cuba. A embaixada do Brasil nos Estados Unidos está vaga a 3 meses. Com informações da Jovem Pan.
Redação
