Wellington Luiz cotado para vice de Frejat

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Por Josiel Ferreira

 

O momento pré-eleitoral é efervescente nos bastidores da política do Distrito Federal. As tratativas entre partidos para definir as cabeças de chapa ao governo local ganham corpo. O tempo urge e outubro chega rapidamente em ano eleitoral.

Tem sido fortemente ventilado, nos últimos dias, uma possível candidatura a deputado federal, e até a possibilidade de o policial civil e deputado distrital, vice-presidente da Câmara do Distrito Federal, Wellington Luiz (MDB), compor a chapa, como vice-governador, ombro a ombro com Jofran Frejat (PR). Nada mais, nada menos que o melhor colocado nas últimas pesquisas de intenção de votos na corrida pelo Palácio do Buriti.

Wellington demonstrou estar lisonjeado, quando Tudo OK Notícias abordou o tema em uma longa entrevista descontraída com o parlamentar no seu gabinete na quinta-feira (14). Ele ressaltou que se trata de uma decisão de partido. E que fica “muito feliz” por ser lembrado para concorrer ao Buriti.

Possível condução à vice de Frejat

O combativo parlamentar do Distrito Federal, quanto ao seu mandato, esclarece que irá seguir até o final, “se Deus quiser”. A pretensão é que será candidato à reeleição.

“Essa é a minha vontade. A gente tem um trabalho a ser feito. Se for a vontade do partido. Se essa for a vontade do nosso presidente do nosso partido e do nosso candidato a governo (Frejat) é claro que a gente vai analisar. Não vamos faltar às nossas obrigações”, esclareceu Wellington.

Mas a pretensão é buscar a reeleição. “Se depender de mim e do meu grupo. Mas é claro que depende de um conjunto de decisões as quais a gente está submetido”, frisou.

Na visão de Wellington, o momento é delicado para Polícia Civil e necessita ter um tratamento diferenciado. Ele se inclui entre os policiais civis nesse contexto. O agente da polícia civil deve ser valorizado, em razão da insegurança que vivem tanto os policias civis quanto a questão da segurança pública como um todo.

Números manipulados

Ao dissertar sobre a sensação de insegurança do cidadão que mora no Distrito Federal, Wellington tocou, corajosamente, em uma ferida. A manipulação pelo GDF de números da “insegurança” que estão sendo divulgados. “A imprensa tem mostrado estatísticas manipuladas pela Secretaria de Segurança”, revelou.

Wellington frisou que, inclusive, a contestação aos números é dele próprio e não é de hoje. “Os números não são verdadeiros. Já desafiei tanto o governador quanto os seus secretários a dispensarem os seus seguranças e andar em Brasília como um cidadão, por exemplo, às 4h, 5h da manhã nas periferias. Quero ver qual deles tem coragem. E até agora, ninguém aceitou o meu desafio”, recorda ele.

Encurtar distância da população

O deputado distrital ressalta que quem acompanha o dia a dia da Câmara Distrital observa, tanto por parte do presidente da Casa, deputado distrital Joe Valle (PDT), quanto do vice-presidente Wellington, empenho no trabalho para elevar a qualidade de vida da população do Distrito Federal.

Para ele, que tem recebido demandas da categoria de policiais civis e dos cidadãos, o trabalho é compartilhado com um grupo de lideranças que almejam o mesmo objetivo no interior da Câmara Distrital.

Em momento de mea culpa, Wellington afirma, categoricamente, que o interesse da população é encarado como uma missão. E que o esforça é válido, porque “a população já não pode mais nos enxergar da forma como tem enxergado hoje”, reconheceu o parlamentar.

“Não podemos estar tão distantes como nós estamos da população. Essa Casa, hoje, só é a casa do povo no papel, de verdade ela não tem sido. Nós criamos um distanciamento muito grande”, complementou Wellington.

No entendimento do deputado distrital, o cidadão e a imprensa “têm que se sentir acolhido aqui”. Em outras palavras, ainda, têm que “vir para cá e se sentir bem”.

“Não vir por obrigação, vir com prazer, inclusive para cobrar seus direitos. Isso não tem acontecido. Então, esse é o papel que a gente precisa continuar a exercer, seja na presidência, seja na Mesa Diretora, ou em qualquer local. Mas nós precisamos dar continuidade”, acentuou o vice-presidente da CLDF.

“Carga de luz”

O deputado distrital reconhece que ações foram feitas de interesse da comunidade, da sociedade. De acordo com ele, o parlamentar é um mero administrador da vontade do povo.

“Temos que entender que quando a gente é eleito, nós recebemos uma carga de luz que nos torna iluminados. Então nós temos que ouvir a população antes de tomar a decisão. Nós estamos fazendo o contrário. A gente toma a decisão para informar a população. E esse é um equívoco. A hora que a gente inverter essa lógica o político será enxergado de outra forma.

Avaliação do trabalho

Wellington se esquivou de avaliar o próprio trabalho desempenhado no âmbito da Câmara Distrital.

“Não cabe a mim me avaliar. Eu entendo que todos os dias a gente tem que melhorar mais e mais. Sinto a necessidade de aperfeiçoar, porque sempre ficou faltando alguma coisa. Às vezes, por falta de tempo, não entendemos qual o sentimento da população. Então o parlamentar tem que ter a mente aberta para compreender, para entender. Com a crítica sempre tem algo que você aproveita e aproveita bem”, costuma dizer Wellington.

Durante o mandato do policial civil à frente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), Wellingtou exemplifica como “ouvir” sempre foi importante. Ele lembrou que a oposição chegava a “brigar” muito “porque eles faziam as críticas e no dia seguinte, eu utilizava e eles diziam: ‘essa foi ideia minha’”.

Ao que ele respondia: “Você deu a ideia, eu gostei e nós implementamos. E dessa forma, nós ficamos quatro mandatos. Foi o maior período em que alguém ficou à frente do Sindicato dos policiais civis. E a gente tem feito isso.”

Além de ouvir as críticas, segundo Wellington, é preciso ter humildade para se reconhecer, que um deputado distrital, ou um político, é ser humano. “ E passível de muitos erros. É preciso ouvir as pessoas para nos tornarmos melhores no dia seguinte”, defende.

Polícia Civil sem equiparação com PM

Tudo OK Notícias quis saber de Wellington se o Governo Rollemberg abraçou os amigos fieis, os policiais militares e esqueceu o policial civil. “Primeiro eu acho que ele (o governador) não tem amigo fiel. A impressão que a gente tem é que ele não abraçou ninguém, dada a impopularidade do atual governo. E as diversas categorias estão insatisfeitas”, argumenta.

Quanto à categoria dos policiais civis, a impressão é a de que “ele foi meio como um inimigo do atual governo, em razão de sua ação. E, aí, você tem dois fatores que demonstram isso claramente”.

Primeiro, pela primeira vez na história da Capital da República você tem fechamento de delegacias. Isso nunca, jamais, aconteceu. Isso nós estamos falando de uma polícia que recebe do fundo constitucional algo em torno de R$ 13 bilhões. Então não justifica hipótese nenhuma onde deveria ser um referencial. Segundo, que é um fator também inédito. Todos os delegados-chefes e chefes de seções chegaram a entregar as suas chefias, demonstrando as suas insatisfações.

Questão do reajuste é grave

A Polícia Civil, conforme Wellington, demonstra, hoje, claramente que esse não é o governo que a representa. Os policiais entendem dessa forma, de acordo como deputado distrital.
“A questão do reajuste é muito grave. Ninguém é obrigado a prometer, principalmente, quando é um direito. Mas quando você promete tem a obrigação de cumprir. E isso não foi feito. Então ele (Rollemberg) reconhece que deve. No entanto, não faz nada para resolver o problema dos policiais civis. E essa crise tem-se agravado cada vez mais”, avalia Wellington.

Ao ser indagado se faltou vontade política do governador Rollemberg para contemplar a corporação com reajuste salarial, Wellington afirmou que sim. Ele entende que falta dinheiro, é questão de Orçamento, mas “existe a legislação, que inclusive impõe essa equiparação da Polícia Civil com a Polícia Federal”.

Para ele, no entanto, não houve por parte do governo a vontade política e como consequência o que se tem é a polícia civil desestimulada. “Tem policiais saindo da corporação, agravando a crise. E você tem um menor efetivo da nossa história. A ponto de se estar, inclusive, fechando delegacias.”

Wellington elenca ainda como consequência direta o aumento da criminalidade, da impunidade. “E Brasília se tornando uma das cidades mais violentas do Brasil, quando já foi uma das mais seguras. Inclusive permitindo que o crime organizado comece a se aproximar, um risco que jamais aconteceu na nossa história”, analisou o deputado distrital.

Acúmulo de ocorrências

Dentre os problemas que a Polícia Civil tem enfrentado é a falta de condições para atender as ocorrências que chegam às delegacias. A primeira consequência é esse acúmulo de demanda, reconhecida por Wellington, é que em efeito cascata acaba por proporcionar a retenção do crime.

“Você consegue impedir o crime quando você o pune. A Polícia Civil age depois que ele acontece. Se o policial não consegue concluir o seu trabalho de investigação, o criminoso fica impune. E diante da impunidade o meliante fica estimulado a cometer mais crime. Esta é a situação grave que a gente vive”, frisou Wellington.

Policiais desestimulados

Nesse caldo, cujos efeitos são, a cada dia, constatados pela sociedade, a questão do reajuste de salário é fundamental.

“Temos uma polícia que é sucateada. Não é possível que no centro de Brasília você tenha uma delegacia seriamente demandada com quatro policiais no plantão, ou três. Eu já convivi com isso. Onde um policial que sai para atender uma ocorrência, tem que fechar a delegacia. Ninguém vai na delegacia para passear. Por mais bacana que seja o policial, você tem uns amigos lá. Você vai marcar encontro em qualquer lugar, menos na delegacia”, resume o deputado distrital.

Wellington lembra que é importante ter o esclarecimento que a Polícia é o limite entre o cidadão de bem e o criminoso. “E esse limite tem que ser forte. Essa barreira tem que funcionar. Ela não funciona mais. Para nossa tristeza, ela não funciona e as nossas famílias elas estão infelizmente nas mãos dos criminosos que estão cada vez mais ousados”, concluiu.

Escândalo do DFTrans

Um ex-secretário do governo do DF, Marcos Dantas, supostamente, está envolvido no escândalo do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) . O que se apurou é que um ex-secretário nomeou parentes e amigos, inclusive demitindo pessoas para contratar mais chegadas.

Questionado pelo Tudo OK Notícias se o fato era grave, Wellington classificou de “gravíssimo”. Também foi perguntado se haveria a necessidade de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar ilicitudes cometidas com os recursos do órgão de transporte.

Wellington respondeu que fica “muito à vontade” para falar dessa questão. Também lembrou que ele já denunciava os desmandos do DFTrans desde o governo passado.

“Trouxemos para cá (CLDF) um ex-diretor do DFTrans para responder pelos seus atos. Então a gente sabe que aquilo ali, infelizmente, tem sido utilizado, aparentemente, para desvio de recurso.

CPI da Saúde engasgada

Ele reforçou que sempre favorável a todo o processo de investigação. Até para que se gere inocência ou a culpa da pessoa. “Essa é a melhor forma de você trazer à luz da sociedade o que de fato está acontecendo. E a CPI é um desses instrumentos importantíssimos. No entanto, hoje não haveria tempo suficiente. Se for para fazer uma CPI como nós fizemos a CPI da Saúde, é melhor que não faça.

Sobre a CPI da Saúde, o parlamentar não tem prazer nenhum em comentar. “É uma vergonha para nós. Isso aí eu vou levar para o túmulo. Porque nós sabíamos o que tinha acontecido e não conseguimos fazer tudo, conseguimos fazer algumas coisas. Levar para o Ministério Público (MP), inclusive de outros de estados e lamentavelmente a Câmara não cumpriu a sua parte.

“Nós sabíamos o que estava acontecendo, mas nós fingíamos que estava tudo bem. Isto é uma vergonha, enquanto cidadão, enquanto policial, parlamentar. Cada qual tem a sua participação. Mas eu, enquanto presidente da CPI, te confesso que fiquei frustrado. Com a CPI engasgada. Quando me perguntam: ‘Wellington acabou em pizza?’ Eu respondo, acabou em pizza.”

Paralelamente ao relatório da CPI da Saúde, foi confeccionado um parecer à parte porque “não concordamos com aquilo que aconteceu”. “Eu entendo que a CPI é fundamental, desde que ela se preste a fazer aquilo que é sua obrigação. Se for fazer igual ao que aconteceu com a CPI da Saúde, melhor que a gente nunca mais faça uma CPI nessa Casa”, ressaltou Wellington.

Chancelando projetos

A imagem que a sociedade tem da Câmara Distrital é que ela se restringe a chancelar os projetos enviados pelo Executivo local. Inclusive, a exemplo do Congresso Nacional que passou com frequência a carimbar o que o Executivo Federal propõe para o Parlamento.
TudoOk Notícias aproveitou para saber de Wellington quais as medidas a serem tomadas pelos parlamentares do DF para que essa imagem seja apagada, priorizando o que realmente o povo precisa para ter melhor qualidade de vida.

Imagem do político

Wellington, com calma, afirma que necessário mudar essa imagem. Mas ele faz uma ressalva, ou seja, a de que “talvez não seja mais possível, mas que é necessário é”.
“É por isso que nós políticos estamos desacreditados aos olhos do cidadão. Exatamente, por isso. Tem um projeto lá que não atende o interesse do cidadão e nós chancelamos. Para ficar mais claro ainda, o parlamentar é mais explícito. “Isso é muito ruim. Eu não fui eleito pelo governador, pela autoridade. Eu fui eleito pelo povo para fazer a vontade do povo. São esses interesses que nós temos que atender e não o interesse do governo. Quando o projeto é bom nós vamos chancelar.”

Cumprir papel é a saída

Em contrapartida, observa o deputado distrital, “caso o projeto atente aos interesses da população e, mesmo assim, por interesses próprios, a gente faz a vontade do governo e não do povo, aí, realmente, “não cumprimos nosso papel”.

“E, aí, a política entrou nessa crise de credibilidade. Se não mudarmos essa tendência é de ir só piorando. É claro que não é todo mundo que é assim. Agora é todo mundo, até que a gente prove o contrário. Todo mundo é desonesto até que se prove o contrário, por mais que a gente tente fazer diferente”, finalizou Wellington.

Leia mais…

http://www.tudooknoticias.com.br/brasilia/wellington-luiz-falta-a-rollemberg-criatividade-disposicao-e-coragem-para-fazer/

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