Coronavírus: Bolsonaro: “A sociedade não aguenta ficar dois, três meses parada, vai quebrar tudo”

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O presidente Jair Bolsonaro se dirigiu a cerca de 40 apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta-feira, para voltar a minimizar os efeitos do novo coronavírus e criticar governadores pelas medidas de isolamento e combate à Covid-19, acusando João Doria (PSDB), de São Paulo, de fazer “terrorismo”.

 

A interação foi transmitida ao vivo na página do Facebook do presidente, que pediu para os simpatizantes se afastarem dos jornalistas que estavam no local. Ele não falou com a imprensa.

“Olha só, deixa eu falar para vocês aqui o que eu vejo que está acontecendo com as informações que eu tenho. Esse vírus é igual uma chuva, vai molhar 70% de vocês, tá certo? Isso ninguém contesta, que toda nação vai ficar livre de pandemia depois que 70% [da população] for infectada e conseguir os anticorpos. Ponto final. Agora desses 70%, uma pequena parte, que são os idosos e quem tem problema de saúde, vai ter problema sério, vai passar por isso também.

Sobre as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde, Bolsonaro expressão seu entendimento. “O que estão fazendo é adiar para ter espaço nos hospitais. Mas tem um detalhe: a sociedade não aguenta ficar dois, três meses parada, vai quebrar tudo”, declarou Bolsonaro, logo após um apoiador lhe dizer que “pilantras” estão ocupando a Câmara dos Deputados, o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em seguida, ele acusou “algumas autoridades” de praticar demagogia e disputar “quem está mais preocupado com a vida de vocês”, falando aos simpatizantes que estavam desde cedo no espaço. Bolsonaro disse ainda que políticos têm que ouvir o povo:

“A opinião pública, aos poucos, está vindo para o nosso lado, tá? Os políticos têm que ouvir o povo. Sabemos que vai ter mortes, ninguém nega isso, mas morrem de gripe comum, morrem de H1N1…”, comentou.

Uma mulher que estava no local disse ter visto na televisão que o governador João Doria “abriu um monte de sepultura”. Ela, no entanto, apontou que “isso não vai acontecer”.

“É o terrorismo, o terrorismo…”, interveio Bolsonaro.

Depois de ouvir reclamações sobre os impactos do isolamento adotado em determinadas localidades, Bolsonaro apontou que trata-se de um decisão dos governadores e fez referência a um vídeo publicado no dia 21 de março por Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal.

“Acabei de ver um vídeo dele fazendo um churrasquinho em casa”, declarou.

Na gravação, divulgada no Instagram, Rocha diz que estava em casa, trabalhando remotamente e fazendo o almoço da família naquele sábado, por ter dispensado quem trabalhava na sua residência.

Emprego

Bolsonaro reiterou em seguida a sua posição diante da crise provocada pelo novo coronavírus, priorizando a manutenção dos empregos:

“Olha, o pessoal sabe o meu posicionamento, não pode fechar dessa maneira, porque atrás disso vem desemprego em massa, vem miséria, vem fome, vem violência – ouvindo mais queixas sobre os prejuízos de quem investiu para a Páscoa devem sofrer. – Eu vou pensar no que eu vou fazer nesse caso”, respondeu.

Já no fim da conversa, uma simpatizante pediu que o presidente “não abra” para a China e citou o “chinavírus”, em referência ao primeiro epicentro da Covid-19.

O presidente não comentou a afirmação e se limitou a exortar os apoiadores a “vencer essa guerra”. Quando um apoiador disse que eles estavam só esperando sua voz, Bolsonaro comentou:

“Vai chegar a hora certa aí…”, enfatizou o presidente.

Em meio a uma oração pelo presidente, uma mulher disse que a história dele não acabou e que o melhor da sua vida está por vir. Bolsonaro respondeu com um ataque aos jornalistas que trabalhavam a poucos metros dali:

“Eu não cheguei aqui pelo milagre da facada e a eleição também para perder para esses urubus aí”,  declarou. “Eles estão amontoados lá e vão falar de amontoação aqui.”

“Fica longe da imprensa”

Ao descer do carro às 8h37, já perto dos seus simpatizantes, o presidente os orientou a se afastar dos repórteres, separados deles por uma grade.

“Chega para cá, pessoal, ficar longe da imprensa”, disse, ganhando aplausos dos simpatizantes.

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