Microempreendedores do DF enxergam oportunidade de negócios durante a pandemia

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O número de empresas abertas no Distrito Federal este ano chega bem próximo à quantidade registrada no mesmo período de 2019.

 

Por Larissa Azevedo*

Desde o início da implementação das primeiras medidas preventivas contra a proliferação do novo Coronavírus – de 17 de março a 15 de setembro, foram registrados 30.091 novos CNPJs no Distrito Federal (DF), segundo a Secretaria de Economia.

Em relação ao mesmo período de 2019, houve menos aberturas (totalizando 31.539 no ano passado). Porém, a pasta informa que ocorreram menos fechamentos de empresas este ano. “9.438 empresas fechadas de 17 de março a 15 de setembro de 2020 contra 11.649 empresas fechadas de 17 de março a 15 de setembro de 2019”, informa a secretaria.

Modernização

Desde dezembro de 2019, todo o processo de abertura de empresas na capital federal é feito digitalmente. De acordo com a pasta , “as medidas preventivas decretadas pelo governador Ibaneis Rocha contra o avanço da Covid-19 não afetaram o atendimento do empresariado aqui na capital federal”.

Sonhos realizados durante a Pandemia no DF

Em entrevista ao Tudo OK Notícias, a pedagoga e microempresária, Thays Campos, 25, afirmou ter unido um sonho a uma necessidade durante a pandemia causada pelo Coronavírus.

O resultado dessa soma tem nome: Vai ter Cookie. A empresa de biscoitos artesanais foi criada pela jovem para garantir a renda familiar em meio às incertezas da crise. A aposta nos produtos tem sido feita via Instagram, Facebook e WhatsApp.

Thays Campos, proprietária da Vai ter Cookie
Formato e sabor tradicionais de um dos biscoitos produzidos pela Vai ter Cookie. 
Foto: Vai ter Cookie/Reprodução

 

Ela afirmou que o contexto atual a fez pensar em outra forma de manter as contas em dia, já que, devido à pandemia, sua outra empresa de cunho pedagógico teve de interromper os trabalhos.

Em meio ao sucesso dos biscoitos, também há desafios. “A parte financeira é bem desafiadora, porque abri a Vai ter Cookie com dívidas a serem pagas. O bom é que tenho apoio de amigos e familiares. Tinha que dar certo”, finaliza Thays Campos.

As vendas estão boas. Por causa do cenário, o público tem gostado de receber um produto de qualidade na porta de sua casa”.

 

Apesar do receio em relação a muitos concorrentes, os sócios Beatriz Nascimento, 20, e Guilherme Silva, 20, deram as mãos e investiram na Avont’s Burger. A hamburgueria vem se destacando devido à qualidade e ao sabor dos carros-chefes – hambúrgueres artesanais. Por enquanto, o funcionamento se dá por delivery – com retirada no bairro Jardim Botânico, DF, com investimento no Instagram, Facebook, Site e WhatsApp.

 

Beatriz Nascimento, sócia-proprietária da Avont’s Burger
Inovação da casa, o “Cabuloso” é feito com pão de pimenta-calabresa artesanal.
Foto: Avont’s Burger/Reprodução

 

Guilherme Silva foi demitido, durante a pandemia, devido a cortes de gastos da empresa onde trabalhava. Mas ele, junto à sócia Beatriz, não mediram esforços: apostaram as cartas em um sonho antigo, a hamburgueria. “Sempre fazíamos hambúrgueres para a família. Não enfrentamos muitos obstáculos porque já sabíamos o que tinha de ser feito”, explica a jovem.

Tivemos apoio e ajuda da família, tanto incentivo quanto materiais.”

 

O Auxílio Emergencial funcionou como a chave para que Patrícia Nunes, 31, abrisse a porta do mundo empresarial. Com a renda governamental, o processo de abertura da My Style – Moda Masculina foi facilitado. Por causa da quarentena, a microempreendedora resolveu abraçar os meios digitais para o impulsionamento das vendas.

Patrícia Nunes, dona da My Style – Moda Masculina
A proprietária da My Style–Moda Masculina faz o controle dos produtos em planilha
manual. Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

 

Patrícia afirma ser a responsável por todo o operacional do seu negócio. Ainda não correu atrás de apoio governamental, embora seu CNPJ facilite o trâmite. Ela quem faz as entregas, monitora as redes e cuida dos produtos. “Organizo tudo por meio de uma planilha manual. É no punho que faço o controle do que entra e do que sai. Após a pandemia, pretendo abrir minha loja física”, projeta Patrícia.

O meu principal desafio é alcançar pessoas, né? Todo o lucro que entra está sendo investido na loja. No início é complicado, mas faz parte. Utilizo Instagram, Facebook e WhatsApp como principais aliados.”

Adesão ao empreendedorismo individual

Segundo o Ministério da Economia, em parâmetro nacional, no segundo quadrimestre de 2020, foi registrada a abertura de 944.469 empresários individuais em todo o Brasil. Esse dado representa um aumento de 2,9% em relação ao primeiro quadrimestre de 2020 e um aumento de 1,4% em relação ao segundo quadrimestre de 2019.

No total, são 13.783.503 empresários individuais ativos, incluindo os Microempreendedores Individuais (MEI). Eles representam, hoje, cerca de 55% dos negócios ativos do Brasil e 79,8% das empresas abertas no segundo quadrimestre.

“Isso reforça a importância dos pequenos negócios para o país, além de serem um dos pilares da retomada da economia brasileira no pós-Covid”, reitera o Ministério da Economia.

*Estagiária sob a supervisão de Maurício Nogueira

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