Moro: MP não viu nada contra Bolsonaro no caso das candidaturas laranjas

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O ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “fez a campanha presidencial mais barata da história” e que “nem o delegado, nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra” Bolsonaro no inquérito que investiga o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio e o esquema de supostas candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais nas eleições de 2018. À época, Álvaro Antônio presidia o partido no estado.

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo deste domingo, 6, cita o depoimento de Haissander Souza de Paula, ex-assessor do ministro do Turismo, à Polícia Federal (PF), e uma planilha apreendida que sugerem que a verba do esquema de supostas candidatas laranjas foi desviado, via caixa dois, para financiar as campanhas do presidente Jair Bolsonaro e de Álvaro Antônio.

Em sua conta no Twitter, Moro disse que a reportagem “não reflete a realidade”. “Jair Bolsonaro fez a campanha presidencial mais barata da história. Manchete da Folha de São Paulo de hoje não reflete a realidade. Nem o delegado, nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra o presidente neste inquérito de Minas. Estes são os fatos”, afirmou.

Na sexta-feira 4, Marcelo Álvaro Antônio foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais. No mesmo dia, o ministro foi indiciado pela PF, que imputa a ele a prática dos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita. Segundo as investigações, o PSL usou candidatas em disputas de fachada para acessar recursos de fundo eleitoral exclusivo para mulheres. Os investigadores atribuem ao ministro o papel de articulador do esquema de laranjas.

Em que pese a investigação, o ministro segue no cargo. O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou, na sexta-feira, que Bolsonaro “aguardará o desenrolar do processo” para decidir se manterá, ou não, Álvaro Antônio no cargo. Questionado por jornalistas sobre a situação do comandante da pasta do Turismo, o presidente desconversou. “Sem comentários”, disse. “Não tem coisas boas para perguntar? ‘Ralo’ o dia todo e não tem uma coisa boa para perguntar?”, acrescentou.

Como revelou o Radar, Bolsonaro confidenciou a amigos, em setembro deste ano, que não demitiu o ministro por gratidão, por seu auxílio quando o então candidato à Presidência foi esfaqueado na campanha de 2018: “Me ajudou lá em Juiz de Fora”.

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