‘Não tenho problema nenhum com o Moro’, diz Bolsonaro após ingerências

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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste sábado, 24, que não tem “problema nenhum” com o ministro da Justiça, Sergio Moro. A fala acontece em meio a um enfraquecimento do titular da Justiça. “Não tenho problema nenhum com o Moro. Cada hora levantam uma coisa. Uma hora era Marcelo Álvaro Antonio [Turismo], o Onyx [Casa Civil] também”, disse.

Questionado se o Moro ainda tinha “carta branca” – como foi afirmado pelo presidente no início do mandato –, Bolsonaro destacou que tem “ingerência” em todos os ministérios.

“Olha, carta branca. Eu tenho poder de veto em qualquer coisa, senão eu não sou presidente. Todos os ministros têm essa ingerência minha e eu fui eleito para mudar. Ponto final”, disse, ao deixar o Palácio da Alvorada.

Mas os últimos oito dias foram de crise entre Bolsonaro, Moro e a PF, após o presidente atropelar a Polícia Federal e anunciar a troca do superintendente no Rio de Janeiro.

A recente interferência de Bolsonaro na PF é apontada internamente como a mais emblemática da falta de poder do ex-juiz no cargo atual, mas episódios com teor semelhante se acumularam ao longo de mais de oito meses de governo.

Quando confirmou o convite ao então juiz federal, em novembro de 2018, Bolsonaro disse em entrevistas que tinha combinado com Moro que ele teria “liberdade total” para atuar no combate à corrupção e ao crime organizado.

Em uma das manifestações, o então presidente eleito citou a escolha do chefe da Polícia Federal como uma das atribuições do ministro da Justiça.

Em sua última declaração sobre a PF, na última quinta-feira (22), o presidente ameaçou até trocar o comando do órgão, hoje a cargo de Maurício Valeixo, virou delegado-geral por escolha de Moro. Os dois se conhecem há vários anos e trabalharam juntos na Operação Lava Jato.

Segundo o jornal O Globo, o abalo da relação entre Bolsonaro e Moro começou a crescer há quase um mês.

Em 28 de julho, Moro foi ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias ministro Toffoli, pedir que ele fizesse uma revisão da decisão em que restringiu o compartilhamento de relatórios do antigo Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF), com os ministérios públicos e a Polícia Federal.

O movimento do ministro irritou Bolsonaro. Desde que soube do pedido de Moro a Toffoli e a outros ministros do STF, Bolsonaro decidiu inviabilizar a presença do ministro no governo. Os dois já vinham tendo alguns desentendimentos desde o início do ano. O pedido foi a gota d’água. A petição para suspender investigações iniciadas com base em relatórios detalhados do ex-Coaf fora feita pelo advogado Frederik Wassef em nome do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente. (Com informações da Folhapress)

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