Os petroleiros completaram 15 dias de greve, neste sábado (15). O impasse continua, quando há um início de retomada do crescimento econômico. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) já é a maior mobilização desde a que ocorreu em 1995, quando a paralisação durou 32 dias. A Fup, que reúne 13 sindicatos da categoria tem como principal reivindicação que sejam suspensas as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR). Petrobras informou que nenhuma gota de petróleo foi deixada de ser produzida. Risco de desabastecimento é avaliado pela ANP.
Tanto a Petrobras, quanto os petroleiros afirmam estar dispostos a negociar, mas o impasse continua. Caso não seja equacionado, essa poderá ser a grande greve a ser enfrentada pelo governo federal. A situação é delicada. O tensionamento da das negociações é inoportuno no momento em que há um início de retomada do crescimento.
No total, 144 trabalhadores receberam telegramas de convocação para comparecerem a hotéis da região de Araucária para assinarem rescisões dos contratos de emprego. O que, de acordo com a Fup, trata-se de violação do Acordo Coletivo de Trabalho. Em protesto, os petroleiros da Fafen queimaram os telegramas informando as demissões.
Ainda de acordo com a Fup, a empresa petrolífera tenta criminalizar a greve dos petroleiros. Além disso, não negocia com a Comissão Permanente de Negociação da Fup, desde o dia 31 de janeiro à mesa de reunião em uma sala do Edise no Rio de Janeiro.
A greve está cada dia maior com a categoria fortalecendo o movimento nas bases, enquanto a direção da Petrobras aposta no conflito criminalizando a greve dos petroleiros, mentindo para o judiciário e recusando-se a negociar com Comissão Permanente de Negociação da FUP que se mantém desde o dia 31 de janeiro à mesa de reunião numa das salas do Edifício Sede da Petrobras (Edise) no Rio de Janeiro.
Em documento protocolado na última quinta-feira, os petroleiros reforçam, com a mesma pauta entregue anteriormente, a disposição de buscar uma solução para o impasse, desde que a Petrobras suspenda imediatamente as demissões na Fafen-PR e as medidas unilaterais tomadas contra os trabalhadores e que levaram a categoria à greve.
Confira no link abaixo os documentos:
https://fup.org.br/downloads/dne_2020.pdf
Pontos apresentados pela FUP na petição:
– Suspensão imediata das demissões na FAFEN-PR
– Cancelamento da nova tabela de turno que foi imposta pela gestão aos trabalhadores das unidades operacionais
– Restabelecimento das negociações para solução dos pontos do Acordo Coletivo que estão sendo descumpridos.
Na sexta-feira (14), de acordo com a Fup, o ministro Ives Gandra Martins não acrescentou novas sanções aos funcionários e negou o pedido da Petrobras para a “responsabilização pessoal e solidária” dos cinco integrantes da Comissão Permanente de Negociação da Federação Única dos Petroleiros.
Por sua vez, a Petrobras entende que a Fafen-PR dá prejuízo. E depois de tentativa sem sucesso de venda da unidade decidiu desativá-la. A petrolífera comprou-a em 2012 da Vale.
De acordo com a Petrobras a fábrica não produz no momento. Está em processo de expedição de produtos em estoque, bem como a manutenção de equipamentos.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) encaminhou preocupação ao Tribunal Superior do Trabalho quanto à possibilidade de haver risco de abastecimento nacional. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, se manifestou descartando cogitado desabastecimento e que nenhuma gota de petróleo deixou de ser produzida.
O ministro do TST, Ives Gandra Martins, já determinou o comparecimento de 90% dos trabalhadores em cada unidade da Petrobras, sob pena de multas. Além disso, Martins mandou bloquear as contas dos sindicatos para pagamentos referentes às posteriores penalidades.
Nesta sexta-feira (14), Martins decidiu ainda confirmar as multas e também abre a possibilidade de abrir um processo de mediação quando a greve for encerrado.
A título de indenização, a Petrobras oferece pacote e benefícios aos demissionários que contemplam pagamentos de R$ 50 mil a R$ 200 mil, conforme remuneração e tempo de serviço. Além disso, propôs plano de saúde e assistência educacional por até dois anos, para compensar as demissões. A Petrobras não confirmou quantos trabalhadores estão em greve e quais as unidades estão com movimento grevista, até o momento da publicação desse post.
De acordo com a Fup, o quadro nacional da greve até este sábado (15) é o seguinte:
56 plataformas
11 refinarias
23 terminais
7 campos terrestres
7 termelétricas
3 UTGs
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de xisto
2 unidades industriais
3 bases administrativas
Segundo a Fup as unidades em greve por estados são:
Amazonas
Termelétrica de Jaraqui
Termelétrica de Tambaqui
Terminal de Coari (TACoari)
Refinaria de Manaus (Reman)
Ceará
Plataformas – 09
Terminal de Mucuripe
Temelétrica TermoCeará
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)
Rio Grande do Norte
Plataformas – PUB-2 e PUB-3
Ativo Industrial de Guamaré (AIG)
Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais
Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest)
Terminal Aquaviário de Suape
Bahia
Terminal de Candeias
Terminal de Catu
UO-BA – 07 áreas de produção terrestre
Refinaria Landulpho Alves (Rlam)
Terminal Madre de Deus
Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)
Espírito Santo
Plataforma FPSO-57 e FPSO-58
Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)
Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)
Sede administrativa da Base 61
Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)
Refinaria Gabriel Passos (Regap)
Rio de Janeiro
Plataformas – PNA1, PPM1, PNA2, PCE1, PGP1, PCH1, PCH2, P07, P09, P12, P15, P18, P19, P20, P25, P26, P31, P32, P33, P35, P37, P40, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P54, P55, P56, P61, P62, P63, P74, P76, P77
Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)
Terminal de Campos Elíseos (Tecam)
Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)
Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)
Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)
São Paulo
Terminal de São Caetano do Sul
Terminal de Guararema
Terminal de Barueri
Refinaria de Paulínia (Replan)
Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)
Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)
Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)
Plataformas (04) – Mexilhão, P66, P67 e P69
Terminal de Alemoa
Terminal de São Sebastiao
Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)
Termelétria Cubatão (UTE Euzébio Rocha)
Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos
Terminal de Pilões
Mato Grosso do Sul
Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)
Terminal de Paranaguá (Tepar)
Santa Catarina
Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)
Terminal de Guaramirim (Temirim)
Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)
Base administrativa de Joinville (Ediville)
Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)