ONU: Bolsonaro rebate críticas à política ambientalista e defende Brasil na luta contra Covid-19

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Na abertura dos discursos de presidentes da 75ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro defendeu a postura adotada por seu governo no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus e rebateu críticas internacionais à política ambiental brasileira. O discurso foi transmitido em vídeo gravado. Pela primeira vez na história, o evento é realizado de forma virtual.

O pronunciamento ocorre em um contexto de forte pressão internacional sobre políticas ambientais no Brasil, com o aumento nos registros de desmatamento na Amazônia e o recorde de queimadas no Pantanal. O Brasil também tem sido lembrado pelo elevado número de contaminações e óbitos contabilizados em meio à pandemia do novo coronavírus.

“Somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras aproveitadoras e impatrióticas com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil”, disse o presidente.

“O mundo cada vez mais depende do Brasil para se alimentar. Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floreste, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência em áreas já desmatadas. Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação”, continuou.

Esta é a segunda vez que Bolsonaro faz o discurso de abertura do debate geral. Desde 1949 cabe tradicionalmente ao chefe de Estado brasileiro no exercício do mandato fazer o pronunciamento inaugural do evento.

No discurso, com duração de cerca de 15 minutos, o presidente brasileiro defendeu as posições adotadas por seu governo no enfrentamento à pandemia de Covid-19 e seus impactos sanitários, econômicos e sociais.

O mandatário também lembrou de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que delegou a decisão sobre políticas de isolamento social e restrições a liberdades aos governadores e prefeitos, e criticou a atuação da imprensa na crise.

“Desde o princípio, alertei, em meu país, que tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade. Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 governadores das unidades da federação. Ao presidente coube envio de recursos e meios a todo o país”, disse.

“Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’, quase trouxeram o caos social ao país. Nosso governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior”, continuou.

Bolsonaro disse que o Brasil é “referência internacional” no campo humanitário e dos direitos humanos.

“No campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima.”

O presidente citou a Operação Acolhida, que “recebeu quase 400 mil venezuelanos deslocados devido à grave crise político-econômica gerada pela ditadura bolivariana”.

Índio e caboclo 

No discurso gravado para a Assembleia Geral da ONU, Jair Bolsonaro disse que a floresta amazônica é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior.

Segundo ele, os “incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas”.

Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes.”

Bolsonaro afirmou também que “a Região Amazônica é maior que toda a Europa Ocidental”.

“Daí a dificuldade em combater, não só os focos de incêndio, mas também a extração ilegal de madeira e a biopirataria. Por isso, estamos ampliando e aperfeiçoando o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com a participação das Forças Armadas.”

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