Por Carlos Roberto
De carruagens incríveis, onde a elegância era primordial, a indústria automotiva brasileira e mundial evoluiu os modelos automotivos para versões com muito mais tecnologia e designs arrojados ao longo das últimas décadas. Tanto que desde que surgiram os primeiros carros, que nem sempre eram confortáveis e poderosos, suas aparências foram sendo modificadas e melhoradas para nos dar, mais do que tipos de transporte, um novo conceito de vida.
Tanto que até hoje, o design dos carros tornaram-se um fator de compra, a primeira estética e, com ela, a tecnologia. Os veículos ganharam muito mais força, mas ao mesmo tempo corpos leves, o que permitiu o uso de linhas suaves para melhorar a aparência. O conceito futurista ganhou terreno e os detalhes estilizados ficaram em primeiro lugar.
Os carros mais vendidos com preço acima da Tabela Fipe, deixaram de ser os mais robustos, a idéia compacta permanece forte e o design de interiores deve enfatizar a ergonomia e o conforto dos passageiros. Veículos elétricos e híbridos também permitiram modificar o chassi e fabricar modelos mais leves, no caso de carros como Smart, Mitsubishi MIEV ou Renault Twizy, que se destacam por seu tamanho minúsculo.
Como funciona a escolha dos designs de carro?
Começando com nada mais do que uma ideia esboçada no papel, o processo de levar um carro a um conceito de produção reluzente no salão do automóvel normalmente leva cerca de três anos. A qualquer momento nesse caminho, o design pode ser fundamentalmente alterado ou até descartado. Os designers aprendem rapidamente que sua ideia não se torna necessariamente realidade na maioria das vezes.
Três anos não são imutáveis - alguns projetos demoram mais, enquanto outros podem atalhos e menos tempo. No entanto, em geral, existem várias etapas para um projeto ser executado antes de se tornar um veículo pronto para o showroom.
Para escolher o design dos carros, uma série de desenhos (digitais ou manuais) são preparados e aprovados por um comitê. Após a aprovação, os modelos em escala são feitos em argila ou digital. Modelos ou carrocerias em tamanho real são construídos sobre alvos para avaliar a aparência externa do veículo. Inicialmente, os conceitos são fabricados com uma imagem muito mais atraente que mostra como serão os modelos de produção futuros. Essa seria a fase das expectativas.
Quando o projeto evolui e ganha start para produção
Depois que as escolhas finais de design são feitas tanto para o exterior quanto para o interior, os designers começam a percorrer as centenas (até milhares) de opções disponíveis para pintura, cores de acabamento, tecidos, plásticos, acessórios etc. Muitas vezes, coisas novas estarão disponíveis graças às equipes de caçadores-coletores da empresa que estão continuamente vasculhando o mundo em busca de novas opções e ideias para tudo, de tecidos a materiais industriais.
Os elementos de controle do painel e do driver são escolhidos. Juntamente com as opções de acabamento e cor, modelos detalhados do interior também são usados para fazer ajustes e refinamentos nos controles do motorista, nos displays e no design do painel. As mudanças ergonômicas são geralmente finalizadas neste momento usando modelos reais feitos de plástico ou argila. Muitas dessas opções incluem análise de marketing.
Teste e refinamento de materiais são os próximos itens. As escolhas finais ainda não são definitivas, pois precisam suportar o tempo e usar testes para garantir que não sejam quebradiças ou que a cor desapareça muito rapidamente. Muitos dos elementos já foram submetidos a esses testes, mas novas opções ou materiais exigirão testes para várias tensões ambientais. Calor e frio, luz solar direta, uso prático, etc. mostrarão se o material pode suportar o uso diário.
Realização de testes para lançamento
Muitos desses testes são realizados em laboratórios com modelos reais feitos a partir dos materiais em questão. Serão colocadas sob lâmpadas de calor, esfregadas incessantemente com “mãos” robóticas, batidas com braços robóticos para simular o uso humano, chovidas e nevadas, aquecidas e resfriadas em intensidades cada vez maiores, etc. Quando comprovadas, elas serão aceitáveis, mas se eles falharem, outra opção será encontrada.
Designers e engenheiros agora podem olhar para um modelo físico do carro em sua forma completa, interior e exterior. Isso geralmente é chamado de fase “conceito” do marketing, pois agora é uma realidade física. É nesse momento que as considerações de engenharia para produção começam a ter grande influência no design finalizado da produção.
A partir daí, são realizados protótipos e, em seguida, os preparativos para serem realizados os lançamentos dos modelos em território mundial e nacional, com campanhas publicitárias nos meios de comunicação e também ações de venda nas concessionárias.
Modelos de carros mais populares no Brasil
Durante o processo, o conceito original e o modelo de produção final costumam ser veículos muito diferentes. O sonho dos desenhos em papel solidificou-se na realidade de um automóvel funcional pronto para os consumidores. O processo foi concluído em menos de um ano para redesenhar os veículos existentes até décadas, para alguns conceitos novos e muito avançados. A maioria dos projetos leva de 3 a 5 anos para passar do conceito inicial às unidades de produção prontas para o consumidor.
Um dos carros mais vendidos de todos os tempos no Brasil é o Fusca, que foi criado em 1938 pelo designer austríaco Erwin Komenda. O modelo chegou ao Brasil entre os anos 1949 e 1977, quando a sua produção cessou. Este carro voltou ao mercado em 1998 com um design completamente novo, chamado de New Beetle. A Volkswagen anunciou recentemente que o último Beetle seria produzido em 2019. Contudo, é um modelo que até os dias de hoje possui um grande impacto e paixão por parte dos brasileiros.
No quesito mais recente, especialmente após a entrada do Brasil no contexto mundial das montadoras, a partir dos anos 1990, os automóveis que vem ganhando representatividade e espaço dentro do universo automobilístico brasileiro (e com mais volume de vendas) são o Chevrolet Onix, o Hyundai HB20, o Ford Ka, o Chevrolet Prisma, o Renault Kwid, o Volkswagen Gol, o Fiat Argo, o Fiat Mobi, o Ford Ka Sedan e o Renault Sandero.
E, mesmo esses modelos que são as atuais paixões nacionais e também campeões de venda, a maioria dos fabricantes relança seus modelos em um “circuito de remodelação” a cada 4 a 6 anos, o que significa que eles sofrerão uma grande reforma na aparência. As variações são geralmente feitas dependendo dos números de vendas, mudanças no mercado do segmento e planos de marketing. Tudo isso, visando a lucratividade e a satisfação dos clientes.
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