Guedes defende preocupação de Bolsonaro com a economia

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O ministro disse que o Brasil é como um pássaro que vai precisar de duas asa para voltar a voar depois da crise: a asa da saúde e a asa da economia.

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou justificar neste sábado (09/05) o fato de que o presidente Jair Bolsonaro parece se preocupar mais com a economia, do que com a saúde pública durante a pandemia do novo coronavírus. Ele disse que o governo tem feito os esforços sanitários necessários ao combate à covid-19, mas também precisa se preocupar com a economia. Guedes alegou que o Brasil é como um pássaro que vai precisar dessas duas asas para voar novamente depois da crise.

“O presidente é sempre atacado quando chama atenção para a segunda onda da economia. Mas está se agravando. É importante manter o equilíbrio. Se não cuidar da saúde, a economia é atingida. Se não cuidar da economia, a saúde é agravada. Vamos precisar das duas asas para voar de novo. Por isso o presidente chama atenção para a segunda onda. Mas não é que o presidente não está preocupado com a vida das pessoas”, afirmou o ministro Paulo Guedes.
Em live promovida pelo Itaú BBA neste sábado, Paulo Guedes ainda afirmou que o governo está trabalhando para garantir o combate adequado do novo coronavírus desde o início da pandemia, quando o presidente Bolsonaro ainda classificava a covid-19 como uma “gripezinha”. “Agora, como líder do país, o presidente não queria deixar a população em pânico, dizendo que tinha que ficar em casa. Então, minimizava, dizendo que é uma gripe mais forte”, alegou.
“É mais um desespero do presidente com situação que pode se desenvolver se não percarmos que precisamos das duas asas e não de uma só”, acrescentou Guedes, dizendo que esses discursos de Bolsonaro, apesar de muitas vezes contrariarem parte das constatações e das orientações das organizações mundiais de saúde, deveriam ser entendidos como um alerta. “Essa discussão toda, nós devíamos interpretar como alertas, pedidos enfáticos, às vezes desesperados, por atenção em determinados aspectos. O ideal é ler assim, do que como uma guerra, uma briga ou descaso com a vida”, defendeu.
Lembrando que gosta “da imagem do pássaro ferido, que quer começar a voar e precisa das duas asas de novo”, Guedes argumentou que a economia precisa estar com os seus sinais vitais saudáveis para poder se recuperar depois da pandemia do novo coronavírus. E disse que, apesar de os esforços do governo estarem sendo eficientes na tentativa de manter o “urso hibernando”, parece que começa a faltar fôlego em alguns setores econômicos. Foi essa a mensagem, por sinal, que os empresários que foram ao Palácio do Planalto nesta semana transmitiram ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, um dos empresários disse que pode voltar a produzir aço em cerca de 30 ou 40 dias se o isolamento social acabar hoje, mas pode estender esse prazo para até oito meses caso o isolamento dure muito mais que um mês.
“Deu o alerta de que o fôlego está começando a escassear”, relatou, dizendo que é por isso que o presidente está dando uma ênfase maior à economia no momento atual. “A ênfase maior da saúde foi dada nos primeiros dois meses. Estamos indo para o terceiro mês. O ministro da Saúde anterior falava isso. Agora tem uma onda grande [de crise econômica] se agravando e pode ser mais profunda ainda que a primeira”, justificou Guedes, dizendo que, apesar de ainda não saber o tamanho da pandemia e da crise do coronavírus, o Brasil em breve precisa começar a lutar contra o colapso econômico.
Guedes garantiu, por sua vez, que o governo vai seguir as recomendações do Ministério da Saúde no processo de reabertura do comércio, que é tão pedido pelos empresários brasileiros. Segundo ele, o ministro da Saúde, Nelson Teich, está estudando os dados do coronavírus no Brasil para poder indicar o momento adequado para a flexibilização das medidas de isolamento social. E garantiu que, enquanto esses estudos não são finalizados, o Ministério da Economia trabalha com as previsões do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que esperava ver o arrefecimento da curva de contágio da covid-19 no Brasil só no próximo mês, em junho. Segundo Guedes, o Brasil ainda pode ter uma recuperação rápida (em V, no jargão dos economistas) caso a retomada comece em junho.
Por conta disso, o ministro também disse que as pessoas que criticavam o presidente por conta das suas declarações em relação à crise do novo coronavírus não entendiam as suas motivações. E afirmou esperar que essas críticas não sejam feitas com motivações políticas, visando as próximas eleições. “Quero crer que ninguém quer o caos para o Brasil para subir no palanque depois. Prefiro interpretar isso como os barulhos da democracia”, provocou.
Guedes ainda minimizou os ataques de Jair Bolsonaro à imprensa. Para ele, ao criticar o trabalho dos jornalistas, o presidente estava apenas devolvendo o desrespeito com o qual é tratado pelos grandes meios de comunicação. “É desrespeitado de noite no jornal. Aí de manhã vai lá e devolve o desrespeito”, alegou.

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