Nível de utilização da capacidade instalada aumenta e empresários se mostram mais dispostos a fazer novos investimentos, de acordo com levantamento
O índice de produção da indústria brasileira subiu 9,6 pontos em julho em relação a junho, alcançando os 53 pontos, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira, 22, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, é o maior resultado mensal desde outubro do ano passado e melhor para o mês desde que a série histórica começou, em 2010. No geral, o setor apresentou maior capacidade utilizada e os empresários estão mais dispostos a fazer novos investimentos. Já a perspectiva de emprego caiu. O indicador é divulgado mensalmente e varia de zero a 100. Quanto maior o patamar, melhor o desempenho da produção industrial.
Na comparação com julho de 2018, o desempenho da produção industrial foi 0,8 ponto superior. Também houve crescimento no indicador que mede a capacidade instalada no setor, com crescimento de 2 pontos percentuais frente a junho deste ano, atingindo os 68%. O percentual é idêntico ao observado em julho de 2018. Apesar disso, o relatório enfatiza que o índice de estoques efetivos em relação ao planejado aumentou 0,6 ponto para 52,8 pontos. “É o maior valor desde maio de 2018, quando ocorreu a paralisação dos transportes”, informa a pesquisa. No mesmo período do ano passado, o resultado foi de 50,8 pontos.
O aumento na produção também foi acompanhado pelo crescimento na disposição em fazer investimentos. Segundo a pesquisa, o índice de intenção de investimentos — de projeção futura e, portanto, referente a agosto — aumentou 1,7 ponto na comparação com julho e ficou em 54,1 pontos em agosto, 4,9 pontos superior à média histórica. Na comparação anual, o aumento é de 3,1 pontos.
“Os empresários perceberam melhora nas condições de seus negócios, com aumento da produção e da utilização da capacidade instalada. Por causa disso, a intenção de investir aumentou. Se as expectativas hoje otimistas não se frustrarem, poderemos ter mais números positivos de atividade nos próximos meses”, diz o economista da CNI Marcelo Azevedo. “Mas é importante ressaltar que a ociosidade e os estoques seguem elevados. Isso dificulta uma recuperação mais rápida”, destaca o economista.