Rogério Caboclo quer ver Tite pelas costas

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Foto: Reprodução CBF
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A solidariedade do técnico Tite aos jogadores da Seleção brasileira, que não querem participar da Copa América no Brasil num momento em que a pandemia de covid-19 se alastra, levou o treinador a entrar em rota de colisão com o presidente da CBF, Rogério Caboclo. Fontes de dentro da confederação disseram ao Terra que o dirigente estaria decidido a afastar Tite do cargo.

O técnico, no entanto, pode se antecipar à decisão e se desligar da CBF após a partida de terça-feira (8), contra o Paraguai, em Assunção, pelas eliminatórias do Mundial do Catar. Ele mesmo já prometeu se pronunciar sobre os últimos acontecimentos tão logo termine o jogo com os paraguaios.

O imbróglio tem um aspecto fundamental: “Sem os jogadores que atuam na Europa para disputar a Copa América, a Seleção teria um time “B” para a competição, o que deixaria a CBF em situação delicada com o Palácio do Planalto”, avaliou um dos dirigentes da entidade, em conversa com a reportagem do Terra.

Esse mal-estar se justificaria pelo entusiasmo do presidente Jair Bolsonaro em abraçar a ideia de o Brasil sediar o torneio, mesmo com o avanço do número de casos de contaminação pelo coronavírus e a quantidade de mortes pela covid-19 no País.

Sem a Seleção brasileira principal, o torneio ficaria mais esvaziado ainda, o que sinalizaria falta de prestígio de Bolsonaro com a cúpula da CBF.

Como Tite “está fechado” com o grupo de jogadores a serviço da Seleção para jogos das eliminatórias do Mundial de 2022 – os que atuam na Europa também estão ávidos por férias -, ele muito provavelmente se negaria a convocá-los (pelo menos a maioria deles) para a competição, prevista para começar em 13 de junho.

Balança e pode cair

Em crise cada dia mais grave na CBF, o presidente Rogério Caboclo tentou participar de alguma forma da partida do Brasil contra o Equador. Antes de mais uma boa vitória da Seleção de Tite, o dirigente se juntou à corrente dos jogadores no vestiário e aproveitou que levava os ex-jogadores Cafu e Gilberto Silva, além de Juninho Paulista e Clodoaldo, para fazer discurso inflamado com os campeões do mundo.

Os relatos são de que o presidente estava alterado e gerou constrangimento na roda de atletas até o técnico Tite e o atacante Neymar seguirem com palavras de incentivo antes de entrar em campo.

Enfrentando acusações de assédio sexual e moral de funcionária da CBF, Caboclo chegou a Porto Alegre durante a tarde e foi almoçar com dirigentes da federação gaúcha de futebol.

Caboclo ainda subiu ao gramado, acompanhado de Tite e do coordenador Juninho Paulista, e ficou cerca de 15 minutos em contato com a dupla e ainda com Clodoaldo, chefe da delegação, e Cafu, convidado para a partida. Bebeu água e se abraçou com Tite, com quem colou o rosto, antes de deixar o gramado.

Depois, assistiu à vitória do Brasil por 2 a 0 sobre o Equador de um camarote do Beira-Rio.

A relação entre Caboclo e jogadores e comissão técnica da Seleção não é boa. Os atletas estão insatisfeitos com a forma como o presidente da CBF conduziu a transferência da Copa América para o Brasil. Caboclo esteve na Granja Comary no domingo e em nenhum momento tratou desta possibilidade, que se consumou na manhã do dia seguinte.

Também causou mal-estar, inclusive na comissão técnica da Seleção, o fato de nenhum dirigente ter se pronunciado publicamente sobre a transferência da competição para o País. Eles se sentiram expostos com a situação.

Recentemente, a “ESPN” divulgou áudios em que Caboclo manifestava a intenção de demitir Cléber Xavier, auxiliar de Tite. Embora tal desejo já fosse de conhecimento do treinador, o fato das gravações virem a público causou desconforto.

Em meio a tamanha turbulência, a Seleção volta a campo na terça-feira, diante do Paraguai, em Assunção. Até a véspera da partida, a delegação seguirá em Porto Alegre. Caboclo deve voltar ao Rio de Janeiro.

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