Regina Duarte aceita convite e é nova Secretária Nacional de Cultura

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Bolsonaro demitiu Alvim na última sexta (17), após aparecer em vídeo citando Joseph Goebbels um dos principais líderes do regime nazista de Adolf Hitler.

 

A atriz Regina Duarte aceitou participar de uma fase de testes na Secretaria de Cultura de Jair Bolsonaro. Em comunicado enviado pela assessoria do Palácio do Planalto, o governo diz que ela estará em Brasília na quarta-feira no cargo que era de Roberto Alvim, demitido na sexta-feira passada.

“Após conversa produtiva com o presidente Jair Bolsonaro, Regina Duarte estará em Brasília na próxima quarta-feira, 22, para conhecer a Secretaria Nacional de Cultura do governo federal. ‘Estamos noivando’, disse a artista após o encontro ocorrido nesta tarde no Rio de Janeiro”, diz comunicado da Secretaria de Comunicação da Presidência.

O comunicado não deixa claro se ela aceitou ao convite.

O comando da Cultura no governo federal está vago desde a última sexta-feira, 17, quando Bolsonaro cedeu a pressões e demitiu o dramaturgo Roberto Alvim, que havia parafraseado em um discurso o nazista Joseph Goebbels. Ao Estado, Alvim reconheceu a origem “espúria” da frase de seu discurso, mas disse assinar embaixo de ideia “perfeita” de Goebbels.

Regina Duarte já havia sido convidada para integrar o governo no início do ano passado, mas recusou. A atriz é uma das mais famosas apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro e já elogiou a política do governo no setor.

“Eu não estou preparada, não me sinto preparada para isso, acho que a gestão pública é uma coisa muito complicada e uma pasta como a da cultura muito mais”, disse a atriz à rádio. Segundo ela, a resposta deve ser dada até segunda-feira.

A aproximação de Duarte com Bolsonaro começou ainda na campanha eleitoral de 2018. Na ocasião, a atriz visitou o então candidato em sua casa, no Rio de Janeiro, e imagens do encontro foram divulgadas nas redes sociais.

Quando Bolsonaro foi eleito, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, foi até São Paulo se encontrar com ela para discutir políticas do governo para a área da cultura.

Trajetória

Desde os anos 1970, a trajetória artística de Regina Duarte é marcada por uma forte atuação na política. Naquela década, Regina interpretou uma mulher divorciada na série “Malu Mulher”, da TV Globo, quando o tema ainda era tabu.

Em 1985, quando vivia a Viúva Porcina da novela “Roque Santeiro”, Regina participou da campanha de Fernando Henrique Cardoso à presidência de São Paulo – a primeira após o fim da ditadura militar. O apoio se repetiu em 1998, quando FHC tentava a reeleição como presidente.

Já no segundo turno presidencial em 2002, Regina Duarte ficou famosa ao dizer, no horário eleitoral do PSDB, que “tinha medo” da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela pedia que os eleitores votassem no ex-ministro da Saúde José Serra, definido por ela como “homem dos genéricos, do combate à Aids.”

“Eu tô com medo, faz tempo que eu tinha esse sentimento. Porque eu sinto que o Brasil nessa eleição corre o risco de perder toda a estabilidade que já foi conquistada. Eu sei que muita coisa tem que ser feita, mas também tem muita coisa boa sendo realizada. Não dá para ir tudo para a lata do lixo”, dizia o texto.

“O outro, eu achava que conhecia, mas hoje não reconheço mais. Tudo que ele dizia mudou muito, isso dá medo na gente. Outra coisa que dá medo é a volta da inflação desenfreada, lembra?”, seguia Regina, fazendo referência a Lula.

Em 2016, o então candidato a prefeito e hoje governador de São Paulo, João Doria, publicou foto com Regina Duarte em uma rede social. Na postagem, classificou a atriz como “amiga de uma vida inteira”.

Já em 2018, na campanha de Jair Bolsonaro, Regina participou de um ato a favor do então candidato do PSL na Avenida Paulista.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, no período eleitoral, disse que Bolsonaro é “um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora.”

Nota da Globo

Em nota, a Globo afirmou que: “A atriz Regina Duarte tem contrato vigente com a Globo e sabe que, se optar por assumir cargo público, deve pedir a suspensão de seu vínculo com a empresa como impõe a nossa política interna de conhecimento de todos os seus colaboradores”.

Estadão Conteúdo/G1

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