Bolsonaro nomeia Bonifácio Andrada como Procurador Geral da República nesta sexta-feira

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Por Mino Pedrosa

 

Nesta segunda-feira (12) o Presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ) declarou para uns o nome do candidato ao cargo de Procurador Geral da República (PGR). Com o discurso inflamado e contraditório: “A pouco tempo o nosso país estava numa encruzilhada de perdermos a liberdade.  Aqueles que falam, aqueles isentões que ficam falando que não tem esquerda, que não tem direita, não tem ideologia! Tem sim! Tem uma turma aí que quer roubar a nossa liberdade e essa turma apoia a Venezuela, apoia o regime, apoia Cuba, apoia a Coreia do Norte. Não podemos nos esquecer disso”.

https://youtu.be/HkP-a7aL9Hs

Nas entrelinhas, Bolsonaro sinalizou o perfil de José Bonifácio Borges de Andrada, apadrinhado e indicado pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antônio Dias Toffoli, nomeado pelo ex-presidente Lula e até a pouco rezando na cartilha do Partido dos Trabalhadores (PT). Com isso, Bolsonaro demonstra está engolindo goela abaixo um candidato alinhado e afinado com a esquerda.

Bonifácio Andrada sendo nomeado Procurador do Estado de Minas Gerais por Aécio Neve e Advogado Geral da União por FHC

Bonifácio Andrada por fora demonstra ser verde, mas, por dentro com essência vermelha. Em sua trajetória profissional sempre esteve vinculado a esquerda. Trabalhou para o tucano e Sociólogo, Fernando Henrique Cardoso, quando Presidente da República como AGU. Procurador de Estado, do tucano, Aécio Neves, quando governador de Minas Gerais, aliado do ex-presidente Lula. Vice procurador Geral da República na gestão de Rodrigo Janot, declarado um procurador de esquerda que foi nomeado e reconduzido pela petista, Presidente da República, Dilma Rousseff.

Bonifácio Andrada vice procurador de Rodrigo Janot

No contraditório à sua trajetória alinhado a esquerda, Bonifácio Andrada é um religioso radical, membro da Opus Dei, uma ala radical da Igreja Católica, da qual Bonifácio é adepto. Conhecido por seus pares, o subprocurador se alimenta de ideias conservadoras e conduta rígida. Por outro lado, Bonifácio Andrada deixa transparecer que tem bico longo, plumagem colorida e personalidade totalmente tucana e socialista. Ou seja, conservador, mas, com flexibilidade para a esquerda.

A indicação de Toffoli pode ter sido chancelada após a canetada do presidente do STF que tirou da guilhotina o pescoço do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) ao suspender inquérito com uso de dados do COAF que flagrou uma movimentação atípica na conta do filho do Presidente República. Atendendo ao pedido do advogado de defesa Frederick Wassef. O que o presidente Bolsonaro não conhece é o pano de fundo que esconde o grupo com raízes de esquerda.

Frederick Wassef é parceiro do ex subprocurador José Roberto Santoro, integrante do partido comunista e criado na procuradoria no ninho tucano. Santoro recentemente foi flagrado pela “Operação Lava Jato”, lavando dinheiro do criminoso Paulo Vieira de Souza (Paulo Preto), operador financeiro do esquema de corrupção do PSDB, com um escritório em Portugal que rastreado pelo Ministério Público Federal (MPF) constatou remessas de dinheiro fruto de corrupção em contas de Paraíso Fiscal. Santoro atuou na defesa de Flávio Bolsonaro junto ao Supremo colocando a frente do processo o advogado paulistano, amigo da família Bolsonaro, Frederick Wassef que foi seu sócio em escritório de advocacia.

O presidente do STF, Dias Toffoli indicou Bonifácio Andrada a pedido de um seleto grupo comandado por Santoro e endossado pelo ministro do Supremo, Gilmar Mendes, este notoriamente conhecido como procurador do PSDB no STF. O ex subprocurador Roberto Santoro também advoga em defesa dos tucanos Aluísio Nunes Ferreira e Aécio Neves. O subprocurador no MPF manteve estreitos laços com Roberto Gurgel, Rodrigo Janot, Raquel Dodge e agora tenta um voo mais alto emplacando o seu amigo com perfil tucano, Bonifácio Andrada como PGR.

Ao que tudo indica o Presidente Jair Bolsonaro vai anunciar na próxima sexta-feira o nome de Bonifácio Andrada como PGR. No entanto, não o faz por sua vontade. Mas, pela força do grupo que o indica e sustenta.

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